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ONS divulga versão final do RAP e conclui análise sobre o apagão do dia 15 de agosto

Operador informa que problema ocorreu com o desligamento automático da linha de transmissão de Quixadá – Fortaleza II

Autor: 20 de outubro de 2023outubro 30th, 2023Brasil
3 minutos de leitura
ONS divulga versão final do RAP e conclui análise sobre o apagão do dia 15 de agosto

Foto: ONS/Divulgação

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) divulgou a versão final do RAP (Relatório de Análise de Perturbação) relativo ao apagão do dia 15 de agosto, que deixou mais de um terço dos brasileiros sem acesso à energia elétrica.

O documento confirma o resultado apresentado aos agentes no dia 25 de setembro e informa que a principal causa do blackout foi a performance em campo dos equipamentos de controle de tensão de usinas eólicas e solares na linha de transmissão de Quixadá – Fortaleza II, no Ceará. 

Os dispositivos, que deveriam ter compensado automaticamente a queda de tensão por causa da abertura da linha de transmissão, acabaram tendo um desempenho abaixo do previsto nos modelos usados pelo Operador. 

O início do problema ocorreu com o desligamento automático da linha de transmissão 500 kV Quixadá – Fortaleza II, somente no terminal de Quixadá, durante operação normal, provocado por atuação do seu sistema de proteção, sem a incidência de curto-circuito no sistema elétrico.

Observou-se, na sequência, uma abrupta redução de tensão na região, nos sistemas de 230 kV e de 500 kV, a abertura de diversas linhas de transmissão e a consequente separação dos Subsistemas Norte, Nordeste e Acre/Rondônia do restante do Sistema Interligado Nacional (SIN).

A imagem abaixo apresenta o diagrama esquemático da área de origem da perturbação:

ONS divulga versão final do RAP e conclui análise sobre o apagão do dia 15 de agosto

Foto: ONS/Relatório de Análise de Perturbação

A interrupção foi de aproximadamente 23.368 MW de cargas do SIN (Sistema Interligado Nacional), sendo 12.689 MW na macrorregião Norte/Nordeste e 10.680 MW na macrorregião Sul/Sudeste/Centro-Oeste.

De acordo com o ONS, no dia do apagão, foi iniciado o restabelecimento das cargas do subsistema Sul às 8h43min e que foi concluído às 9h05min. No Subsistema Sudeste o restabelecimento iniciou-se às 8h52min e foi concluído às 9h33min

Ao todo, o relatório conta com 614 páginas que detalham desde como o sistema estava sendo operado antes do apagão e o que aconteceu após o início da perturbação. O documento já foi encaminhado à ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). 

Análise

Para a ABDG (Associação Brasileira de Geração Distribuída), o documento final apresentado apenas reforça a necessidade do país seguir com os investimentos em fontes de energia limpa para apagões como os que foram registrados não ocorram mais. 

“Como mais de 85% da potência de geração distribuída está junto a carga, esse tipo de acontecimento é minimizado, pois o consumo acontece direto no ponto de geração. Essa é uma das virtudes da geração distribuída, que é não precisar trazer um grande fluxo energético de uma região para a outra, contribuindo para que esse tipo de situação não aconteça”, disse Guilherme Chrispim, presidente da ABGD. 

Henrique Hein

Henrique Hein

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter do Jornal Correio Popular e da Rádio Trianon. Acompanha o setor elétrico brasileiro pelo Canal Solar desde fevereiro de 2021, possuindo experiência na mediação de lives e na produção de reportagens e conteúdos audiovisuais.

5 comentários

  • as vezes é preciso entender que geração, consumo e eletrônica de potencia para ter uma resposta mais assertiva sobre o caso.
    sabemos que a grande quantidade de conexões GD esta juntos carga, porem o grande problemas são as grandes usinas que trabalham de de modo escravo na rede, nao sendo capazes de corrigir e nem ter respostas a grandes eventos.
    diferente de usinas que são ativas controlando e mudando os parâmetros quando necessário.
    A ONS deveria endurece o controle dessas usinas e exigir centro de controles iguais de hidroelétricas ou grandes geradoras.
    E o problemas fica pior indo sem tem grandes usinas e capacidade de rede limitada.
    O problema dificilmente estará nas pequenas centrais geradoras residencias que não tem capacidade de afetar os parâmetros de rede locais.
    Muitos leem a matéria e comentários e vão ficar confusos e ate realizando criticas erradas ao sistema elétrico.

  • Hilton Ferreira Magalhães disse:

    Prezados, sem me alongar muito, colocar a causa devido as fontes renováveis de energia eólica e solar é de muito leviandade. Goataríamos que a ONS dispusesse em seu site relatório final.

  • José machado disse:

    Prezados,
    Se este for o relatório, só estão querendo confundir e trazer a geração eólica para o problema. O texto da a pista mas tenta jogar a culpa em outro lugar.
    ” desligamento automático da linha de transmissão 500 kV Quixadá – Fortaleza II, somente no terminal de Quixadá, durante operação normal, provocado por atuação do seu sistema de proteção, sem a incidência de curto-circuito no sistema elétrico. ”
    Veja só, durante operação normal atuou a proteção automática sem incidência de curto …. ai concluem que o problema foi o na geração eólica. Se a proteção automática atuou sem curto , e vale ressaltar que a proteção automática do sistema não é só para curto, então o problema esta na proteção automática que atuou indevidamente, o resto foi consequência.

  • Eduardo David disse:

    Guilherme Chrispim, predidente da ABGD tem toda razão. O velho sistema da ONS precisa ser revisto para a população brasileira não ficar exposta a futuras eventuais falhas técnicas. Priorizar geração eletrica próxima de local de consumo é a solução mais imediata e segura.

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