O SIN (Sistema Interligado Nacional) e a região Sudeste/Centro-Oeste podem enfrentar níveis de armazenamento de energia significativamente inferiores em abril de 2026, caso o cenário de afluências mais pessimista se concretize, informa o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
Se o cenário inferior de afluências (67% da MLT – Média de Longo Termo) for confirmado, a energia armazenada na região Sudeste/Centro-Oeste, ao final de abril de 2026, estará 25,8 p.p (pontos percentuais) abaixo do valor verificado em abril de 2025.
No cenário inferior, a projeção para o SIN como um todo indica que a energia armazenada estará 14,2 p.p. abaixo do observado no mesmo período de 2025.
Em contrapartida, o cenário superior de afluências (98% da MLT) traria alívio, com a energia armazenada 20,3 p.p. acima do valor de abril de 2025 no SIN e 20,3 p.p. acima no Sudeste/Centro-Oeste.
Esses resultados das projeções, que abrangem o atendimento eletroenergético até o fim de abril de 2026, foram apresentados pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) durante a última reunião ordinária do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), realizada em 5 de novembro.
Acompanhamento da transição e geração adicional
Está mantida a recomendação de acompanhar de perto a transição entre as estações para avaliar o volume real de chuvas. O diretor-geral do ONS, Marcio Rea, enfatizou que o operador está pronto para adotar as medidas necessárias para continuar garantindo o atendimento eletroenergético do país.
Na análise de atendimento à potência do SIN, permanece a indicação de que o sistema precisará de geração térmica adicional no cenário inferior de afluências, especialmente para cobrir os horários de ponta, que geralmente ocorrem entre 17h e 22h.
CMSE cobra confiabilidade das usinas
Na mesma reunião, o CMSE aprovou um conjunto de medidas destinadas a aprimorar a precisão dos dados utilizados nos estudos elétricos e energéticos. As deliberações preveem ações coordenadas entre o ONS, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Um dos focos principais é aumentar a assertividade e a confiabilidade das usinas merchant, que são aquelas que comercializam energia no MCP (Mercado de Curto Prazo) sem contratos de longo prazo.
O problema identificado é que essas usinas são consideradas nos estudos energéticos, como o PMO (Programa Mensal da Operação), como recursos garantidos. No entanto, o não cumprimento do despacho por essas usinas altera a estratégia de operação prevista.
O CMSE recomendou que a ANEEL reforce o acompanhamento e a fiscalização dessas usinas, com o ONS encarregado de informar à agência quando elas não responderem aos comandos de despacho, garantindo assim que sejam recursos confiáveis na matriz elétrica.
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