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ONS vê redução de até 2,9% da demanda máxima com o horário de verão

Veja o resultado de um estudo semelhante realizado em 2021, ano da última crise hídrica
ONS vê redução de até 2,9% da demanda máxima com o horário de verão
Operador reconhece a importância do horário de verão como medida para redução de custos. Foto: Pixabay

O ONS (Operador Nacional do Sistema) apresentou ao CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), em reunião extraordinária na última quinta-feira (19/9), o plano de contingência para atendimento do suprimento de energia em meio ao cenário desafiador imposto pela falta de chuvas no Brasil neste ano.

Segundo a nota divulgada à imprensa, o Operador reconhece a importância do horário de verão como medida para redução de custos, garantia do suprimento e aumento da confiabilidade do SIN (Sistema Interligado Nacional), sobretudo no horário de ponta noturna, que ocorre entre 18h e 19h. 

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O estudo realizado pelo ONS aponta que a aplicação do horário de verão nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul pode trazer uma redução de até 2,9% da demanda máxima, principalmente em cenário de afluências críticas, como a enfrentada neste momento. A expectativa é que haja uma economia de custos de operação em torno de R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro.

 “O ONS realizou os estudos sobre o horário de verão e recomendou sua adoção visto que há ganhos positivos para o setor elétrico, contribuindo para a eficiência do SIN (Sistema Interligado Nacional) e, principalmente, ampliando a capacidade de atendimento na ponta de carga”, disse o diretor geral do órgão, Marcio Rea. 

A medida poderá trazer redução da demanda máxima tanto em dias úteis como aos finais de semana, em quase todas as condições de temperatura, adiando o efeito de rampa de carga em até duas horas, permitindo que a compensação pela saída da geração solar possa ser feita de forma mais alongada. 

Além do horário de verão, outras medidas foram listadas

  • Reconhecer a importância do projeto piloto de resposta da demanda por disponibilidade;
  • Reduzir as defluências mínimas nas hidrelétricas de Porto Primavera e Jupiá para os níveis de 3.900m³/s e 3.300m³/s, respectivamente, até o final do próximo período seco (31/10/2025);
  • Operar a hidrelétrica de Belo Monte na vazão mínima de 100 m³/s, ao invés de 300 m³/s e possibilidade de uso no horário de ponta;
  •  Reconhecer a importância da entrada em operação da LT 500 kV Porto do Sergipe – Olindina – Sapeaçu; LT 500 kV Terminal Rio – Lagos C1 e C2 e LT 345 kV Leopoldina 2 – Lagos, visando assegurar o pleno escoamento de potência da UTE Porto Sergipe e das UTEs da área RJ/ES.

Estudo de 2021 apontava ganhos com o horário de verão

Em abril de 2019, por meio do Decreto nº 9.772, foi encerrado a aplicação do horário de verão, com base em estudos do MME (Ministério de Minas e Energia), conduzidos com o apoio do ONS, no qual ficou comprovado que o HV deixou de produzir os resultados para os quais foi formulado, perdendo sua razão de ser aplicado no setor elétrico, na medida que a mudança não gerava economia de energia elétrica, em razão das mudanças do hábito de consumo de energia da população. 

Porém, em 2021, diante a escassez hídrica, o MME solicitou ao ONS uma reavaliação dos benefícios da aplicação do horário de verão. 

Os novos estudos consideram aspectos como luminosidade e temperatura.Foram avaliados os efeitos do horário de verão nas curvas de cargas dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul, observando os períodos de out./2017 a fev./2018 e nov./2018 a fev./2019, comparando as curvas dos períodos de out./2019 a fev./2020 e out./2020 a fev./2021, quando não houve a implantação da medida. 

Também foi considerado os padrões de carga com e sem o HV, observando as temperaturas fria, moderada e quente. Conforme o gráfico a seguir: 

Efeito SE/CO

Carga considerada: 40.983 MW médio

Efeito no Sul

Carga considerada: 12.349 MW médio.

Conclusão na época

A adoção do horário de verão tem como efeito reduzir a demanda no horário de ponta noturna, com o aproveitamento da iluminação solar no final da tarde. A carga cai principalmente nas classes dos consumidores residenciais e no atraso da entrada na iluminação pública. 

“Redução média esperada na demanda integrada da ordem de 4,7% no Subsistema Sudeste/Centro-Oeste e de 4,9% no Subsistema Sul, ambas calculadas no período da ponta noturna para o mês de novembro de 2021. Concomitante, as reduções máximas esperadas foram respectivamente 4,15 GW, ou -9,2%, às 19h30m no SE/CO e 1,5 GW, ou -11,2%, às 20h no Sul. Em termos de redução de energia no período da ponta noturna, observou-se uma redução de 0,65% (6,4 GWh de um total de 984 GWh) no SE/CO e de 0,66% (1,96 GWh de 296 GWh) no Sul, lembrando que estas reduções de energia são compensadas com o aumento de consumo em outros horários ao longo da curva de carga”.

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Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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