O MME (Ministério de Minas e Energia) e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) divulgaram nesta quarta-feira (3) o Caderno de Produção de Petróleo e Gás Natural PDE 2035, que reúne as projeções para o setor na próxima década.
O documento indica que o Brasil deverá atingir um novo patamar de produção de petróleo e gás natural na próxima década, com crescimento contínuo dos volumes, porém com menores emissões específicas, por causa do perfil produtivo do pré-sal.
Ao todo, as projeções apontam que a produção nacional de petróleo poderá alcançar 4,9 milhões de barris por dia em 2035, com pico de 5,1 milhões de barris por dia em 2032. O volume representa um crescimento de 44% em relação a 2024.
Esse avanço seria sustentado majoritariamente por recursos já descobertos, que devem responder por cerca de 92% da produção estimada em 2035, além da forte contribuição do pré-sal, que deverá concentrar aproximadamente 76% da produção nacional ao final do período.
Entre os projetos estratégicos, o campo de Búzios se destaca com a entrada em operação de seis novas unidades de produção até 2030. O conjunto poderá alcançar cerca de 1,7 milhão de barris por dia em 2030 e 1,1 milhão de barris por dia em 2035.
A expansão produtiva também ocorre de forma diversificada nos regimes regulatórios, segundo o MME. Em 2035, a concessão deverá responder por cerca de 50% da produção, a partilha de produção por aproximadamente 39% e a cessão onerosa por cerca de 11%.
Gás natural: produção bruta pode dobrar até 2035
No caso do gás natural, o caderno projeta que a produção bruta poderá atingir 299 milhões de m³/dia em 2035, com pico de 309 milhões de m³/dia em 2033, o que representa um aumento de 95% em relação a 2024.
Já a produção líquida, após os descontos de consumo próprio, queima, perdas e reinjeção, deverá alcançar 127 milhões de m³/dia em 2035, com um crescimento de 154% no período.
Assim como no petróleo, a produção de gás deve continuar sendo fortemente dominada pelos recursos descobertos, que responderão por 96% da produção bruta e 93% da produção líquida.
O pré-sal deverá representar 80% da produção bruta e 61% da produção líquida de gás natural ao final do horizonte do PDE. O estudo também indica que recursos ainda não descobertos poderão começar a produzir a partir de 2030, representando cerca de 7% da produção nacional em 2035.
Produção onshore mostra recuperação
A produção onshore, embora represente parcela menor do total nacional, apresenta trajetória consistente de recuperação. A estimativa do estudo é de que alcance 296 mil barris de óleo equivalente por dia em 2035, com pico de 332 mil em 2034 – o que representa um crescimento de 28% em relação a 2024.
“A crescente participação de produtores independentes, que poderá superar 60% da produção em terra em 2035, reflete o impacto de políticas públicas como a redução de royalties, a prorrogação de contratos de concessão e o programa de desinvestimento da Petrobras, que têm impulsionado a revitalização de campos maduros e estimulado o desenvolvimento regional”, afirma o MME.
O estudo completo do Caderno de Produção de Petróleo e Gás Natural do PDE 2035 está disponível para consulta pública, neste link.
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