A manutenção do período seco e a elevação da carga em meio aos aumentos de temperatura fizeram com que os preços dos contratos negociados no Mercado Livre de Energia no Brasil subissem mais de 90% no fechamento do mês de setembro na comparação com agosto, segundo dados do BBCE (Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia).
Segundo o diretor de Produtos, Comunicação e Marketing da BBCE Eduardo Rossetti, um dos grandes destaques do período foi a elevada subida dos preços para ativos com vencimento neste ano, que já estavam em altos patamares e tiveram uma oscilação de até 93,6%.
“Com a manutenção da baixa perspectiva de chuva e de alta de carga, os ativos com vencimento em 2024 tiveram grande impacto de preços e oscilaram entre R$ 230 e R$ 560 o MWh”, explica.
A plataforma da BBCE informou que encerrou o mês passado com 41,9 mil GWh transacionados – um volume 65,4% maior que o operado no mesmo mês de 2023, quando o mercado enfrentava preços próximos ao piso e baixa volatilidade.
Em termos financeiros, esses negócios movimentaram cerca de R$ 11,3 bilhões. A alta é de 423,6% em comparação com setembro de 2023 e 7,6% superior a agosto de 2024. O montante também representa mais de 30% de todo o ano de 2023.
Ainda de acordo com o BBCE, em setembro, foram fechadas 9.878 operações, crescimento de 374,7% em comparação com o mesmo mês de 2023. Com isso, o valor médio de cada contrato foi R$ 1.139.575,13.
Mercado Livre de Energia
Criado em 1996, o Mercado Livre de Energia encontra-se hoje disponível para migração para todos os consumidores de média e alta tensão, no chamado Grupo A. No caso da baixa tensão, como dos consumidores residenciais e rurais, o acesso ainda não foi liberado.
Em 2022, o Governo Federal chegou a abrir uma consulta pública para abrir este mercado para todos os consumidores até 2028, mas o texto não chegou a ser publicado. Em Brasília, as discussões sobre o tema avançam, mas ainda sem nenhuma definição em relação à abertura total deste ambiente de negócios.
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