Na próxima segunda-feira (22), o início da primavera marca a transição do período seco para o úmido e traz boas perspectivas para o setor elétrico brasileiro. A estação deve registrar aumento de temperatura e umidade, fatores que favorecem a formação de instabilidades e o retorno gradual das chuvas.
Segundo análise da Nottus, empresa especializada em inteligência de dados meteorológicos, as condições para a geração hidrelétrica são positivas, em contraste com a tendência de queda na produção das fontes solar e eólica nos próximos meses.
“O mês de setembro iniciou com pouca chuva em boa parte do país, com maior concentração no Rio Grande do Sul. Ao mesmo tempo, observamos a evolução gradual das instabilidades na Amazônia, o que é típico da transição para o período úmido. Nos próximos dias, sistemas frontais alimentados por essa umidade devem trazer os primeiros episódios de chuva ao Sudeste e Centro-Oeste”, avalia Desirée Brandt, sócia-executiva e meteorologista da Nottus.
O resfriamento das águas na região central do Pacífico Equatorial já indica a formação do fenômeno La Niña, que deve persistir até o início de 2026. O CPC-NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) estima em 71% a probabilidade de ocorrência do fenômeno entre outubro e dezembro. Apesar disso, não há previsão de estiagem prolongada no Sul do país, cenário comum em outros episódios de La Niña.
De acordo com o Modelo Europeu (ECMWF), outubro deve marcar o início efetivo do período úmido nas áreas centrais do Brasil. Em novembro, as precipitações tendem a se intensificar entre Sudeste e Norte, alcançando volumes acima da média histórica em boa parte do território. Já em dezembro, o regime de chuvas se consolida, com acumulados expressivos no Sudeste, Norte e também em parte da região Sul.
Esse comportamento climático tende a beneficiar diretamente as bacias hidrográficas dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Norte e Nordeste, responsáveis por grande parte do armazenamento de água do país. A expectativa é de recuperação gradual das vazões e dos níveis dos reservatórios ao longo da primavera e início do verão.
A análise da Nottus também indica baixo risco de ondas de calor intensas e prolongadas neste ano, o que reforça um cenário mais equilibrado para o setor energético.
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