Os efeitos da transição energética no Brasil vão além dos benefícios ambientais e já se refletem de forma concreta na economia. Isso porque a ampliação do uso de fontes renováveis tem potencial para acrescentar entre R$ 337 bilhões e R$ 465 bilhões ao PIB (Produto Interno Bruto) até 2035.
É o que mostra um estudo desenvolvido pelo Itaú Unibanco em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas). O levantamento estima ainda que o processo de descarbonização pode impulsionar R$ 295 bilhões em novos investimentos e resultar na criação de até 1,9 milhão de empregos no país ao longo de dez anos.
A análise aponta também que cada R$ 1,00 aplicado em energia renovável pode gerar um retorno de até R$ 1,57 para a economia, com impacto direto na qualificação da mão de obra e no fortalecimento da indústria fornecedora nacional.
Além do crescimento econômico, o estudo destaca ganhos ambientais relevantes, especialmente na redução das emissões de gases de efeito estufa e na adaptação de empresas e da sociedade às mudanças climáticas. Entre os exemplos citados está a expansão das usinas eólicas e solares no Nordeste, região que vem consolidando sua posição como polo de geração de energia limpa a custos cada vez mais competitivos.
Outro destaque é o avanço dos sistemas produtivos integrados na agropecuária, que combinam lavouras, pecuária e espécies arbóreas em uma mesma área. Esses modelos elevam a eficiência produtiva e, simultaneamente, contribuem para a captura de carbono da atmosfera, fortalecendo a relação entre sustentabilidade e competitividade no campo.
A agenda da economia de baixo carbono também ganhou protagonismo no cenário internacional nas discussões da COP30, realizada em Belém, entre os dias 10 e 21 de novembro, com a participação de representantes de governos de diversos países em busca de soluções para o enfrentamento das mudanças climáticas.
Segundo a análise, o Brasil reúne vantagens estruturais para assumir papel de liderança nesse processo de transição. A abundância de recursos naturais, a competitividade das fontes renováveis e a capacidade de atrair investimentos colocam o país em posição estratégica na nova configuração global da energia e da indústria verde.
Apesar do potencial, o ritmo de avanço ainda está condicionado à superação de entraves regulatórios e estruturais, que influenciam diretamente a previsibilidade de receitas e a confiança dos investidores.
Para financiadores, a segurança jurídica permanece como um dos principais critérios para a alocação de capital em projetos de longo prazo, especialmente no setor energético, avalia o estudo.
Com informações da Agência Reuters
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