O chamado e-metanol ou metanol verde é um combustível produzido a partir de fontes renováveis. Ele resulta da combinação entre hidrogênio verde, gerado por eletrólise da água com uso de energia solar ou eólica e CO₂ capturado, geralmente de origem biogênica, como resíduos agrícolas ou biomassa.
Embora o processo de obtenção seja diferente, o produto final é quimicamente idêntico ao metanol tradicional, derivado de combustíveis fósseis como o gás natural.
A diferença, portanto, está na origem das matérias-primas e na pegada ambiental. O metanol verde pode ser considerado um combustível neutro em carbono, já que reutiliza CO₂ que de outra forma seria emitido na atmosfera.
Avanços internacionais e primeiros passos no Brasil
No Brasil, a empresa European Energy comissionou em março de 2025, o primeiro reator comercial de e-metanol do mundo na planta Kassø Power-to-X.
O local combina energia solar com biogás para produzir até 42 mil toneladas de e-metanol por ano, utilizando três eletrolisadores de 52,5 MW da Siemens Energy. A companhia já obteve licença prévia para construir uma fábrica de metanol verde no Porto de Suape (PE).
O projeto ainda não está em operação, mas representa um passo relevante na direção de inserir o país no mapa internacional da produção de e-combustíveis. A Petrobras também firmou um Acordo de Princípios com a European Energy para avaliar potenciais negócios na área.
Aplicações no campo e no mar
O metanol verde tem ganhado destaque no setor naval. Empresas como a Maersk, uma das maiores operadoras de transporte marítimo do mundo, já estão investindo no uso desse combustível em suas embarcações, como forma de cumprir as novas metas internacionais de descarbonização.
No setor agropecuário, o e-metanol também é promissor. Ele pode ser usado para gerar energia elétrica em propriedades rurais, abastecer tratores e máquinas agrícolas, além de servir de base para produtos como fertilizantes e plásticos biodegradáveis.
Inovação contínua
A pauta do metanol verde também tem mobilizado universidades e centros de pesquisa. Artigos recentes exploram novas rotas de produção, como a integração entre energia solar, biogás e captura de carbono.
Modelos Power-to-X e outras soluções sustentáveis estão sendo testadas para tornar o processo cada vez mais eficiente e viável economicamente.
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