O combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) deve assumir um papel cada vez mais relevante na matriz energética do transporte aéreo brasileiro ao longo da próxima década, segundo estudo da EPE (Empresa de Pesquisa Energética).
De acordo com o PDE 2035 — o Plano Decenal de Expansão de Energia 2035 — o SAF deverá representar 11,7% do consumo total de combustível do transporte aéreo de cargas e 12% da demanda energética doméstica do transporte aéreo de passageiros em 2035, permitindo reduções mínimas de 8% nas emissões de gases de efeito estufa em voos nacionais.
A expansão do SAF está diretamente associada às metas ambientais assumidas pelo Brasil no setor aéreo, em especial ao CORSIA (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation) e ao ProBioQAV, instituído pela Lei nº 14.993/2024, conhecida como Lei do Combustível do Futuro.
Esses instrumentos estabelecem obrigações progressivas de redução de emissões, criando um ambiente regulatório favorável à incorporação de combustíveis de baixo carbono na aviação.
Crescimento da atividade aérea sustenta avanço do SAF
O estudo aponta que tanto o transporte aéreo de cargas quanto o de passageiros devem manter uma trajetória de crescimento ao longo do horizonte decenal.
No caso das cargas aéreas, a atividade deve avançar a uma taxa média de 3,7% ao ano entre 2023 e 2035, enquanto a demanda energética cresce em ritmo mais moderado, cerca de 1,9% ao ano, justamente em função da substituição parcial do querosene fóssil pelo SAF.
Para o transporte aéreo de passageiros, a EPE projeta crescimento médio de 4,9% ao ano até 2035, impulsionado pelo aumento da renda da população e pela maior utilização do modal aéreo. Nesse contexto, o SAF passa a ser incorporado de forma gradual a partir de 2027, ano em que entra em vigor a obrigatoriedade de redução de emissões nas operações domésticas das companhias aéreas nacionais.
O que é o SAF?
O SAF é um combustível alternativo ao querosene de aviação tradicional, produzido a partir de matérias-primas renováveis ou resíduos, como óleos vegetais, gorduras residuais, biomassa, resíduos sólidos urbanos e até rotas sintéticas com hidrogênio verde.
Ele pode ser utilizado nas aeronaves atuais em mistura com o combustível fóssil, sem necessidade de adaptação dos motores ou da infraestrutura aeroportuária, o que o torna a principal solução de curto e médio prazo para a descarbonização do transporte aéreo.
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