Sistema elétrico pode depender mais de térmicas no início de 2026

ONS aponta riscos de potência e recomenda maximizar uso de Itaipu e do São Francisco, além da preservação de recursos hídricos no Paraná
Sistema elétrico pode depender mais de térmicas no início de 2026
Foto: Freepik

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) alertou, em sua última atualização de projeções para o atendimento energético até fevereiro de 2026, que será necessária a utilização de geração térmica adicional para assegurar o equilíbrio do sistema.

A medida, segundo o órgão, decorre da possibilidade de cenários menos favoráveis de potência, sobretudo em momentos de coincidência entre altas cargas no horário de ponta e baixa produção da fonte eólica.

Os dados foram apresentados durante a reunião ordinária do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), realizada no último dia 10.

Para reduzir riscos, o ONS também aponta a necessidade de maximizar a geração na hidrelétrica Itaipu e nas usinas do rio São Francisco, minimizando a utilização da reserva operativa.

Apesar desse quadro, o operador destacou que os armazenamentos dos reservatórios estão evoluindo dentro da normalidade, garantindo condições adequadas para o suprimento energético no horizonte analisado.

Em agosto, o nível de armazenamento médio do Sistema Interligado Nacional (SIN) alcançou 62%, acima dos 58% registrados em igual período de 2024. Por região, os índices ficaram em 58% no Sudeste/Centro-Oeste, 90% no Sul, 60% no Nordeste e 88% no Norte.

O diretor-geral do ONS, Marcio Rea, segundo informa o boletim de imprensa do órgão, assinala que o país já passou da metade do período seco e que ainda há grande incerteza sobre o início do próximo período úmido.

Rea destaca que o Operador está implementando diversas medidas operativas para assegurar o atendimento à carga, mesmo em cenários desafiadores, como em caso de atraso na estação chuvosa. 

O objetivo, segundo o executivo, é disponibilizar recursos suficientes para os horários de ponta e manter níveis razoáveis nos reservatórios do SIN.

As projeções de afluência entre setembro de 2025 e fevereiro de 2026 permanecem abaixo da Média de Longo Termo (MLT), oscilando de 66% a 98%. Em um cenário pessimista, a energia armazenada no Sudeste/Centro-Oeste, ao fim de fevereiro de 2026, ficaria 21,6 pontos percentuais abaixo do verificado no mesmo mês de 2025.

Já na hipótese mais otimista, o nível ficaria 2,5 pontos acima do registrado no ano anterior. Para o SIN como um todo, a diferença pode variar de 17,6 p.p. abaixo a 4 p.p. acima em relação a fevereiro de 2025.

Entre outras recomendações, o ONS defende a redução da vazão mínima do reservatório intermediário de Belo Monte, de 300 m³/s para 100 m³/s, repetindo medida já adotada em 2024.

Além disso, orienta a redução das afluências nas usinas de Jupiá e Porto Primavera, sempre que possível e sem comprometer o atendimento energético, para preservar os recursos hídricos da bacia do rio Paraná.

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Antonio Carlos Sil
Antonio Carlos Sil é jornalista formado pela FMU/FIAM. Atuou como repórter pela Brasil Energia, além de serviços prestados para Agência Estado, Exame e Canal Energia. Trabalhou em assessorias de comunicação da CPFL Energia, CESP e AES Tietê. Cobre setor elétrico desde 2000. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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