O Hospital de Clínicas da UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), em Uberaba, se destacou com uma história surpreendente sobre sua usina fotovoltaica.
Instalado em 2020, o sistema, que conta com 510 kWp de potência e aproximadamente 1400 módulos, tinha a expectativa de gerar uma economia anual de 300 mil reais. No entanto, os resultados superaram todas as previsões, revelando uma história de sucesso além de números financeiros.
O projeto teve um investimento de R$ 1,7 milhão, com a previsão inicial de que o retorno aconteceria em cinco a seis anos. Contudo, o impacto da usina foi muito mais significativo: até agosto de 2023, a economia gerada já havia ultrapassado R$ 1,8 milhão, reduzindo o payback do investimento para menos de dois anos.
A usina foi projetada com um sistema de MLPE (eletrônica de potência em nível de módulo), que utiliza otimizadores para garantir que cada painel funcione de forma independente, maximizando a produção de energia, mesmo em situações de sombra ou sujeira.
O telhado do hospital era um dos maiores desafios do projeto. Em sistemas tradicionais, um painel sombreado afeta toda a linha de produção de energia, mas a arquitetura do MLPE permite que cada módulo opere de forma independente.
A tecnologia permitiu que o hospital monitorasse o desempenho de cada painel individualmente. Caso algum módulo apresentasse problemas, era possível detectá-los rapidamente, o que facilitava a manutenção e otimizava os custos operacionais.
O Impacto das novas regras de segurança
Outro ponto interessante da história é a adaptação do sistema às novas normas de segurança contra incêndios, a NBR 17193, que foi estabelecida após a instalação da usina.
A norma exige, entre outras coisas, o desligamento rápido da tensão nos painéis solares e a proteção contra falhas de arco elétrico, visando evitar acidentes graves durante emergências.
A tecnologia utilizada no Hospital das Clínicas já estava pronta para atender essas exigências. Com a funcionalidade Safe DC, o sistema reduz automaticamente a tensão de cada módulo para apenas 1 volt em caso de falhas ou desligamento da rede, garantindo a segurança tanto para os ocupantes do hospital quanto para as equipes de emergência.
A proteção contra arcos elétricos e o monitoramento da temperatura dos conectores, incluído no sistema, asseguram um nível de segurança superior, sem a necessidade de instalações adicionais ou custos extras.
Mercado livre de energia
Em 2024, o hospital permitiu que a energia solar gerada no telhado substituísse a energia comprada de distribuidores locais, o que resultou em uma redução ainda maior nos custos de energia.
A economia anual projetada de 300 mil reais triplicou, chegando a cerca de 900 mil reais por ano. Apenas no primeiro mês após a migração, em dezembro de 2024, a economia foi de 74 mil reais, um reflexo direto da eficiência do sistema solar e das condições mais vantajosas do mercado livre.
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