O SENAI e a DOIS A Engenharia lançaram edital destinado a atração de parceiros investidores para o projeto de uma planta-piloto de energia eólica offshore.
O futuro empreendimento é a primeira iniciativa nacional do tipo a receber licença prévia do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
As empresas interessadas em integrar o “Arranjo Cooperativo Multilateral” do projeto, que segue o modelo Joint Industry Project (JIP), podem acessar o edital e se inscrever a partir de 28 de novembro.
A expectativa é que os contratos sejam assinados a partir de dezembro deste ano e que o projeto tenha início em abril de 2026.
Características
A planta-piloto será instalada no mar de Areia Branca, município do Rio Grande do Norte localizado a 330 km de Natal. Prevê a instalação de dois aerogeradores, com uma potência somada de 24,5 MW. O local fica a 20 quilômetros da Costa e a 4,5 km de distância do Porto-Ilha de Areia Branca.
O empreendimento será um sítio de testes em condições reais de operação para futuros aerogeradores no litoral brasileiro. O objetivo é validar tecnologias consolidadas internacionalmente e, principalmente, desenvolver soluções para condições locais.
A região da Margem Equatorial do Brasil a ser aproveitada pelo projeto possui condições especiais de vento, com velocidade superior a 10 metros por segundo e alta constância. O fator de capacidade previsto para a planta é de mais de 60%, um índice superior aos melhores locais exploráveis globalmente.
Devido às características locais de mar bem raso e solos derivados de solo calcário, a solução técnica está sendo desenvolvida com base em um modelo gravitacional que se apoia sobre o leito marítimo sem necessidade de perfuração.
A logística de implantação baseia-se em um modelo da empresa espanhola Esteyco, licenciado no Brasil pela DOIS A Engenharia. Isso possibilitará a montagem total das torres em terra, sendo transportadas para o mar com o apoio de rebocadores comuns, sem a necessidade de grandes navios e equipamentos especializados.
Serão usadas torres telescópicas de concreto pré-moldado, tecnologia que permite a montagem do aerogerador sobre a torre sem a necessidade de grandes guindastes. Isso possibilita também que os equipamentos sejam transportados por rebocador comum até o ponto final de instalação, onde só então o aerogerador será erguido até a altura em que irá operar.
Outro componente a ser desenvolvido envolve sistemas flutuantes auxiliares, utilizados para estabilizar e transportar a estrutura da turbina no mar.
Cronograma
A primeira etapa do empreendimento, que envolve projetos de engenharia e análises de condições de produção, terá um investimento previsto de aproximadamente R$ 42 milhões, com compartilhamento de riscos entre os participantes. A duração dessa fase está prevista entre 16 a 18 meses, a contar da assinatura do contrato.
O SENAI do Rio Grande do Norte lidera o projeto por meio do seu Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, que se dedica à energia renovável.
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A importância central da iniciativa, segundo o SENAI, é desenvolver a cadeia de fornecedores do Brasil e ampliar a participação de conteúdo nacional na nova indústria offshore.
A meta é acelerar a nacionalização de soluções e reduzir a dependência de embarcações e equipamentos especializados que não estão prontamente disponíveis no país.
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