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2020: o ano de surpresas

Especialista comentou que as empresas reavaliaram seus planejamentos de expansão por conta da pandemia

Autor: 29 de novembro de 2020novembro 30th, 2020Brasil
3 minutos de leitura
2020: o ano de surpresas

Segundo Dirceu Ferreira, especialista em geração e distribuição de energia, ‘2020 é o ano das surpresas’, começando pela pandemia do coronavírus.

Em entrevista ao Canal Solar, Ferreira comentou que as distribuidoras de energia (geração, transmissão e distribuição) afetadas pela redução na demanda devem ter reavaliados seus planejamentos de expansão do sistema elétrico por conta da crise.

“No entanto, talvez até esta redução na demanda tenha colaborado para um cenário com menor risco de operação, ainda que questionável”, disse.

Outro fato apontado pelo especialista, independente da pandemia, é a necessidade constante em manter em dia a inspeção e manutenção dos ativos, ainda que pese a situação financeira das empresas envolvidas.

“Há de se fortalecer um acompanhamento mais eficaz por parte dos órgãos reguladores e pelo próprio Estado, não se limitando a coletar informações por meio virtual, mas indo a campo, verificando a realidade do sistema”, concluiu.

Balanço do setor solar e elétrico em 2020

O ano de 2020 está dando o que falar, não é mesmo? No mercado solar, por exemplo, a escalada do dólaras explosões na fábrica da GCL-Poly e as graves inundações no sudeste chinês, que forçaram o fechamento de uma instalação da Tongwei foram fatores que prejudicaram o setor. Sem comentar da pandemia da Covid-19, que afetou o ritmo de fabricação das empresas.

Em contrapartida, o segmento demostrou sua resiliência e continuou crescendo. Segundo dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), entre janeiro e outubro deste ano, o Brasil atingiu cerca de 1.800 MW de potência em GD (geração distribuída) fotovoltaica, uma alta de 60% em relação aos 1.100 MW registrados no mesmo período do ano passado.

Já com o setor elétrico, não é diferente. Sofreu sim por conta da pandemia, mas está conseguindo se reerguer. Outubro, por exemplo, foi o mês com maior volume financeiro no ACL (Ambiente de Contratação Livre) da história. Ao total, foram R$ 4,8 bilhões em negócios no ML (mercado livre), um crescimento de 118% com relação a setembro. É o que apontou o BBCE (Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia).

Ademais, a energia elétrica está avançando cada vez mais para áreas remotas. Isso porque mais de 10 mil famílias de comunidades do Marajó (PA) serão atendidas pelo Programa Mais Luz para Amazônia nos próximos dois anos –  o que possibilitará o fomento de atividades voltadas para o aumento da renda familiar, o uso sustentável dos recursos naturais da região, preservação ambiental, fixação e a inclusão das comunidades tradicionais.

E como não falar do mercado de VEs (veículos elétricos)? De acordo a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), a projeção é que até o fim do ano sejam vendidos 19 mil VEs no Brasil, um aumento de 60% em relação a 2019 e de 378% frente a 2018.

“A venda de veículos elétricos vem crescendo muito pelo mundo. E os planos de reconstrução das economias, pós Covid-19, de muitos países trazem um forte viés ambiental e da construção de uma economia verde e de baixo carbono”, destacou Adalberto Maluf, presidente do Conselho da ABVE.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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