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A importância de ter atenção aos detalhes técnicos dos equipamentos

Com a expansão acelerada do mercado brasileiro, temos visto microinversores que não são compatíveis com módulos fotovoltaicos de alta potência

Autor: 26 de outubro de 2022dezembro 5th, 2022Opinião
4 minutos de leitura

O mercado brasileiro de energia solar fotovoltaica tem vivenciado um aumento acelerado das potências dos módulos. À medida que os painéis apresentam potências cada vez maiores, consequentemente, seu tamanho, eficiência e corrente também aumentam.

Para se ter uma ideia, até o final de 2020 o mercado apresentava opções de módulos com potências em torno de 435 W, porém a oferta de painéis de 330 W ainda era abundante. Já bem no início de 2021, com a presença de módulos de 535W, algumas barreiras tecnológicas tiveram que ser superadas.

Isto porque os com potências a partir de 500W passaram a superar a barreira dos 12 amperes (A) de corrente de curto-circuito (ISC). Assim, como os módulos de 535 W apresentavam uma ISC superior a 13,7 A.

Esse aumento considerável da ISC dos painéis solares provocou uma corrida entre os fabricantes de inversores fotovoltaicos para adequar sua corrente máxima de entrada à nova realidade do setor.

Em março de 2021, a Ecori apresentou um vídeo mostrando o primeiro resultado dessa corrida, que seria o microinversor QS1A, com corrente máxima de entrada de até 15 A, compatível com os módulos de 535W da JA Solar.

No início de 2022, a história se repetiu com o lançamento dos módulos Leapton de 665 W no mercado brasileiro, cuja ISC é de 18,31 A. A Ecori apresentou novamente uma solução compatível, com os microinversores DS3D e QT2D, com corrente máxima de entrada de 20 A.

Começou uma nova corrida entre os fabricantes de inversores para apresentar soluções compatíveis com os módulos de mais alta potência no mercado brasileiro.

A procura por painéis cada vez mais potentes é uma demanda dos consumidores brasileiros. Essa escolha se justifica quando olhamos para o LCOE (Levelized Cost Of Energy – Custo Nivelado de Energia).

Basicamente, o LCOE apresenta uma relação R$/kWh, ou seja, é possível analisar qual o menor custo em reais para uma determinada geração em kWh ao longo da vida útil do sistema. Os módulos fotovoltaicos de maior potência contribuem diretamente para um menor LCOE.

Contudo, acompanhar o aumento da Isc dos painéis não é uma tarefa fácil para os fabricantes de inversores. Aumentar a corrente máxima de entrada requer uma revisão do projeto eletrônico, visto que é necessário substituir componentes eletrônicos para suportar estes novos níveis de corrente.

Para se ter uma ideia do grau de dificuldade, existem grandes fabricantes que acabaram de lançar soluções com corrente máxima de entrada de 15 A e ainda são raros os fabricantes que apresentaram soluções com correntes de entrada de até 20 A.

Também existe outra abordagem prática menos convencional: alguns fabricantes e distribuidores estão declarando compatibilidade de equipamentos, embora a Isc do módulo seja superior à corrente máxima de entrada do inversor.

Se isso não provocasse qualquer efeito colateral, tudo bem, porém nestes casos o inversor nunca poderá extrair a corrente máxima do módulo fotovoltaico, pois o inversor estará limitado à sua corrente máxima de entrada.

O consumidor não vai investir em um módulo mais moderno para ter em troca uma limitação da sua produção de energia.

Outro efeito colateral que por vezes não chega até o consumidor final é a limitação da garantia dos equipamentos.

Alguns fabricantes informam em letras miúdas que seus inversores, ao serem utilizados com módulos cuja Isc é maior que a corrente máxima de entrada do inversor, terão restrições em sua garantia, tanto na garantia padrão quanto na garantia estendida.

É muito importante estar sempre atento à compatibilidade dos inversores com os módulos mais modernos. Os painéis fotovoltaicos mais modernos são os mais desejados por apresentarem o menor LCOE, mas nem todo inversor é compatível com estes módulos de maior potência e maior eficiência.

A Ecori, maior distribuidora da APsystems no mundo, permanece acompanhando o movimento acelerado da expansão de módulos de alta potência, que são uma tendência mundial.

Os microinversores DS3D e o QT2D acompanham esse movimento e, mais do que isso, mantêm o mercado brasileiro preparado para módulos com potências ainda maiores, buscando uma eficiência cada vez maior com menor LCOE.

João Souza

João Souza

João Paulo de Souza é responsável técnico da Ecori Energia Solar, especialista em sistemas fotovoltaicos com tecnologia MLPE. Mestre em Engenharia Eletrônica e Computação pelo ITA, graduado em Engenharia Elétrica Industrial. Membro da Comissão de Sistemas de conversão fotovoltaica de energia solar da ABNT. Foi engenheiro de sistemas aeroespaciais na binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), e pesquisador colaborador no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).