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‘Agronegócio foi o segmento que mais investiu em energia solar em 2020’

Afirmação é do especialista Alexandre Borin, gerente comercial da Fronius do Brasil

Autor: 22 de dezembro de 2020Brasil
5 minutos de leitura
‘Agronegócio foi o segmento que mais investiu em energia solar em 2020’

De acordo com Alexandre Borin, gerente comercial da Fronius do Brasil, o agronegócio é o segmento de mercado que mais cresceu e investiu em energia solar fotovoltaica em 2020.

Para o especialista, isso ocorreu devido ao aumento do faturamento das empresas ligadas à exportação e da elevação nos preços da energia elétrica devido à variação cambial. “Conversando com parceiros, eles relataram estarem com muitos projetos em cooperativas, aviários e com produtores rurais. Ou seja, estão consumindo muito mais inversores trifásicos do que monofásicos”, relatou. 

“Na Fronius, por exemplo, tivemos maior crescimento nas linhas Symo e Eco, que são trifásicas. Elas não correspondem pela maioria dos negócios da empresa, no entanto, se olharmos o crescimento este ano, expandiram mais do que a linha monofásica”, destacou Borin. 

Ademais, segundo ele, o agronegócio puxa o crescimento do setor fotovoltaico por possuir, por si só, uma pegada mais sustentável, seja no próprio cultivo das lavouras ou dos insumos, e pela estabilidade na geração de energia que tal segmento traz para os consumidores.

“Nas propriedades rurais, por estarem mais distantes dos centros urbanos, a energia chega com uma certa instabilidade do próprio sistema. Os produtores optando por usar a solar vão possuir uma fonte mais estável de geração do que até, às vezes, a rede da concessionária, que entrega a energia com uma flutuação”, explicou.

O executivo disse ainda que o agronegócio foi o setor que não parou de comprar, ao contrário, impulsionou e até compensou uma boa parte da retração que os mercados industrial e residencial vivenciaram nos últimos trimestres por conta da pandemia. 

“Todos os fabricantes, distribuidores e integradores que estavam apostando nesse segmento obtiverem bastante sucesso. Um dos nossos distribuidores, inclusive, relatou que o agronegócio foi o que salvou o faturamento esse ano”, concluiu.

Agronegócio cresce 100% em 2020

Segundo dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), a energia solar em propriedades rurais atingiu, entre janeiro e novembro deste ano, 320 MW de potência, uma alta de 100% frente aos 160 MW registrados no mesmo período do ano passado.

A região que liderou essa expansão foi o Sudeste do país, que contabilizou 138,5 MW, um crescimento de 135% em relação aos 58,8 MW do ano anterior. Em segundo aparece o Sul, com 77,5 MW, e em seguida o Centro-Oeste, com 74,5 MW.

Já o estado que aparece na primeira colocação é Minas Gerais, com 102,7 MW instalados nos primeiros 11 meses de 2020 – o que corresponde um aumento de quase 130% em comparação com os 45,2 MW de potência registrados no período homólogo. Na segunda colocação está o Rio Grande do Sul, com 44 MW, e em terceiro o Mato Grosso, com 41,5 MW.

Projetos solares no agronegócio

Uma das empresas que decidiram apostar na energia solar foi a Buriti Armazéns Gerais, localizada no município de Jataí (GO), que atua no comércio de cereais e de beneficiamento e armazenagem de grãos. A companhia investiu R$ 1,6 milhão para adequar a sua planta de 4 mil m² a um sistema fotovoltaico. 

A usina, que possui 408 kWp, conta com 12 inversores Fronius e 1.200 módulos instalados. A economia gerada já é de quase R$ 750 mil em gastos com energia elétrica. “Antes da instalação do projeto, gastávamos entre R$ 70 e R$ 119 mil mensais com a conta de luz. Agora, pagamos apenas o valor da demanda contratada, em torno de R$ 10 mil, conforme o período”, relatou Vinicius Ribeiro Araújo, gerente do empreendimento, calculando uma economia média de R$ 75 mil por mês.

Segundo ele, o payback de quatro anos aliado a uma fonte de geração sustentável, está permitindo reduzir drasticamente os custos da empresa, os quais poderão ser redirecionados para modernização e contratação de mão de obra.

Além disso, de acordo com a Fronius, o sistema foi projetado para suprir 100% da energia consumida em horário de ponta. O excesso de produção está sendo rateado para duas residências, quatro fazendas, uma agrotécnica e uma academia de musculação, do mesmo proprietário, proporcionando uma economia ainda maior para o grupo.

Para Guilherme Souza, responsável técnico da M&F Solar Group, responsável pela instalação do sistema fotovoltaico da Buriti, pelo fato de a empresa estar sediada na cidade de Jataí (GO) – que é o maior produtor de milho do país e está entre os 10 maiores produtores de soja nacionais – a implantação de sistemas fotovoltaicos em empresas do agronegócio representa 80% dos seus clientes e tem crescido cada vez mais.

“Além da possibilidade de reduzir despesas a curto, médio e longo prazo, a oportunidade de gerar a própria energia permite, tanto ao pequeno quanto ao grande empresário do ramo, ter disponível energia de qualidade. E particularmente no projeto da Buriti Armazéns Gerais, a instalação de 12 inversores Fronius Eco-27.0-3, cada um responsável por gerar cerca de 8% de toda a energia, permitiu a descentralização e a otimização do sistema como um todo”, destacou Souza.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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