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Allen Lei: Mercado de baterias no mundo e suas principais tendências

Allen Lei, diretor comercial da Dyness, falou sobre o mercado de baterias e as tendências para o segmento no Brasil

Autor: 4 de agosto de 2021março 24th, 2022Entrevistas
5 minutos de leitura
Allen Lei: Mercado de baterias no mundo e suas principais tendências

O país ainda precisa adotar medidas para que este mercado possa decolar

O mercado brasileiro de armazenamento deverá atingir uma capacidade instalada de 18 GWh e um faturamento cumulativo de mais de R$ 40 bilhões até 2030, de acordo com um estudo recém-divulgado pela NewCharge Energy. 

O levantamento, contudo, ressalta que o país ainda precisa adotar medidas para que este mercado possa decolar.

Para Allen Lei, diretor comercial da fabricante de baterias Dyness, o Brasil precisa aprimorar sua regulamentação e normas técnicas, e pode aprender isso com os exemplos de mercado europeu e australiano.

Atualmente, a Dyness possui dois centros de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), sendo o principal na província de Yangzhou (Jiangsu) e o outro, focado no desenvolvimento de materiais de bateria, em Xi’an, no noroeste da China. 

Além disso, a empresa possui um laboratório em conjunto com a Shaanxi Normal University, com foco em pesquisa e desenvolvimento de baterias de energia. Em entrevista ao Canal Solar, o diretor comercial analisou o mercado internacional de armazenamento de energia, falou sobre as tendências para este segmento e comentou como o Brasil pode aprender com outros mercados. 

Canal Solar: Que tendências você destaca no mercado de armazenamento de energia em todo o mundo? 

Allen Lei: “O mercado de armazenamento de energia aumentou rapidamente em nível global nos últimos dois anos e o segmento continuará crescendo muito mais rápido do que antes. Atualmente, mais e mais países como, por exemplo, EUA, Europa, Austrália e Japão, estão mudando para soluções de armazenamento de energia. Então, será um mercado enorme e uma área de investimento quente nos próximos anos”. 

O que você acha desse movimento ao redor do mundo? Como o Brasil pode aprender com essas ações? 

AL: Não há dúvida de que cada vez mais países e regiões vão aderir à aplicação de armazenamento de energia, não só para as áreas de distribuição de energia, mas também para a geração de energia. Com isso, mais modelos de negócios serão criados. O armazenamento de energia seria a solução certa para o Brasil, especialmente para aplicações off-grid e Peak Shaving, que permitem reduzir custos com a demanda contratada. Também seria necessária uma regulação para as concessionárias e para as usinas geradoras de energia. 

Neste ponto, sobre a regulamentação, que exemplos de outros mercados o Brasil pode seguir? 

AL: É importante definir a regulamentação em breve e para isso acredito que o Brasil pode aprender com o mercado da Europa e dos EUA. Ambos possuem regulamentos que podem ser muito bons para o setor brasileiro. Além disso, tanto a Europa como os EUA já comprovaram a eficiência dos seus regulamentos, tornando-os maduros para serem replicados em outros países. 

Hoje vemos a relevância das baterias de lítio em diversas aplicações. O que se pode dizer deste material?

AL: Comparando com outras baterias, a de lítio tem um excelente desempenho em segurança, densidade de energia, ciclo de vida, dimensão e até mesmo em custo. Com o custo baixando, de acordo com o desenvolvimento do mercado, acredito que a bateria de lítio terá um papel mais importante nas aplicações. 

Quais são os novos materiais e tecnologias que estão sendo utilizados no segmento de armazenamento de energia, quais estudos você destaca? 

AL: Existem algumas outras tecnologias no armazenamento de energia como, por exemplo, o armazenamento de energia de compressão de ar, o armazenamento de hidrogênio, o armazenamento de energia de turbina eólica, o armazenamento de energia por supercapacitor, entre outras. Mas acredito que o armazenamento de bateria lítio é uma opção fácil e econômica para ser comercializada. Este ano o custo subiu devido ao aumento do custo das matérias-primas. Porém, acredito que teremos uma tendência de queda no preço a longo prazo. 

Como a energia solar está conectada com o mercado de armazenamento no mundo? 

AL: A energia solar está intimamente ligada ao armazenamento. Enquanto a fonte fotovoltaica é usada para gerar energia, o armazenamento em bateria pode apoiar o desenvolvimento da energia solar de formas mais diferentes. Por exemplo, a energia solar com bateria pode suavizar as flutuações de potência e tensão que acontecem naturalmente na rede de distribuição. 

Qual a relação entre o mercado de armazenagem e a expansão dos veículos elétricos no mundo? Como esse aumento de veículos elétricos impactou a indústria fotovoltaica? 

AL: Existe uma conexão importante já que o armazenamento de energia e os veículos elétricos compartilham da mesma cadeia de desenvolvimento e fornecimento de baterias visto que algumas partes da tecnologia são semelhantes. Acredito que quanto mais veículos elétricos usados ​​no mercado, mais eles irão impulsionar o fornecimento de baterias e impactar no custo. Com isso, o segmento de armazenamento de energia será um mercado em ascensão.

Ericka Araújo

Ericka Araújo

Head de jornalismo do Canal Solar. Apresentadora do Papo Solar. Desde 2020, acompanha o mercado fotovoltaico. Possui experiência em produção de podcast, programas de entrevistas e elaboração de matérias jornalísticas. Em 2019, recebeu o Prêmio Jornalista Tropical 2019 pela SBMT e o Prêmio FEAC de Jornalismo.

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