Alta da conta de luz pode tirar 456 mil empregos até 2022; energia solar vai na contramão

Relatório da CNI aponta para uma previsão de queda de R$ 22,4 bi no PIB brasileiro em dois anos
PIB brasileiro também pode sofrer queda de R$ 8,2 bilhões em 2021 e a previsão de perda no ano que vem é de R$ 14,2 bilhões

A alta do valor da energia elétrica no Brasil, impulsionada pela crise hídrica, deve provocar a perda de cerca de 456 mil empregos, sendo 166 mil neste ano e 290 mil em 2022. Os dados são do relatório “Impacto econômico do aumento no preço da energia elétrica”, publicado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) nesta quarta-feira (3).

Além disso, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro pode sofrer queda de R$ 8,2 bilhões em 2021 e a previsão de perda no ano que vem é de R$ 14,2 bilhões, somando R$ 22,4 bilhões.

A projeção da CNI apontou ainda que a conta de luz deve subir 6,77% em 2021 e ter um aumento de 18,8% em 2022, em decorrência da criação da “bandeira escassez hídrica” e dos reajustes da tarifa de energia.

“O alto custo dos impostos e dos encargos setoriais e os erros regulatórios tornaram a energia elétrica paga pela indústria uma das mais caras do mundo, o que nos preocupa muito, pois a energia elétrica é um dos principais insumos da indústria brasileira. Essa elevação do custo de geração de energia é repassada aos consumidores, com impactos bastante negativos sobre a economia”, destaca Robson Braga de Andrade, presidente da CNI.

Ao passo que as estimativas para os consumidores e trabalhadores brasileiro são preocupantes, Rodrigo Sauaia, presidente executivo da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), ressalta que o setor fotovoltaico tem mostrado uma realidade diferente.

“O Brasil realmente atravessa uma situação delicada, mas a energia solar está mostrando uma luz no fim do túnel. Até o fim de outubro de 2021, ultrapassamos a marca de 11 GW em operação de energia solar no Brasil. De 2012 para cá, isso representa R$ 57,2 bilhões em investimentos que já foram trazidos para o setor e movimentados no Brasil, além da geração de 330 mil empregos”, relata Rodrigo.

E a maior parte destes números foram alcançados entre 2020 e 2021, explica o presidente. “Em plena pandemia, o setor solar teve condições de contribuir de forma muito contundente para o avanço da economia nacional e também para a geração de empregos e renda no nosso país”. Somente durante este período, o setor gerou 192 mil empregos.

“Se olharmos no histórico acumulado [desde 2012], o setor de energia solar no Brasil já trouxe em impostos e tributos R$ 15,2 bilhões de arrecadação. A maior parcela disso nos últimos 2 anos. Estamos em uma toada diferente da realidade que a CNI projeta para a economia nacional. A energia solar se apresenta como uma esperança, uma parte da solução e realmente uma luz no fim do túnel”, celebra Sauaia.

Imagem de Redação do Canal Solar
Redação do Canal Solar
Texto produzido pelos jornalistas do Canal Solar.

Uma resposta

  1. Aline Guevara, bom dia! Tenho publicado suas reportagens nos meus perfis pessoal e comercial no Linkedin, dada a relevância de suas matérias para o meu público.
    Claro que sempre cito a fonte e o seu nome por questões éticas. Espero que você não se melindre. Atenciosamente Prof. Flavio Modesto dos Santos

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