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Dólar atinge maior valor em três anos: como isso impacta o setor solar? 

Moeda norte-americana teve alta de 0,92% e terminou a terça-feira (29) sendo comercializada a R$ 5,76
Valorização acumulada do dólar frente ao real é de 18% somente em 2024. Foto: Freepik

O dólar teve elevação de 0,92% e fechou a terça-feira (29) no maior patamar dos últimos três anos e meio, ao custo de R$ 5,76. Essa é a maior cotação desde o dia 29 de março de 2021.  

No ano de 2024, a valorização acumulada da moeda norte-americana frente ao real até aqui chega a 18%: o valor era de R$ 4,85 na primeira semana do mês de janeiro.  

Segundo Bernardo Marangon, diretor da Prime Energy, uma empresa do Grupo Shell, a alta é um reflexo não só de fatores externos ocorridos em outros países como também do desconforto do mercado com o cenário econômico brasileiro.

“No início do ano, havia uma percepção mais otimista sobre o Brasil. A inflação estava controlada, e acreditava-se que a redução da taxa de juros dependia principalmente das decisões do FED (Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos, na tradução da sigla para o português). Passamos o primeiro trimestre focados nos resultados americanos”, disse ele. 

No entanto, o cenário mudou. O controle fiscal se deteriorou, o otimismo diminui, e surgiram sinais de aumento da inflação, levando inclusive à recente elevação da taxa Selic – a taxa básica de juros e o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central do Brasil para controle da inflação.

“Isso contribuiu para a alta do dólar em relação ao real. Além disso, fatores externos, como a guerra no Oriente Médio e a desaceleração econômica em alguns países, também fortaleceram o dólar”, ressaltou Marangon.  

Impactos para o setor solar 

Marangon explica que a valorização do dólar em relação ao real torna os investimentos em projetos de energia solar mais altos no Brasil, o que prejudica o retorno no investimento para o consumidor final. 

O profissional explica que isso acontece porque o dólar exerce um impacto significativo no custo dos projetos já que a maioria dos equipamentos fotovoltaicos utilizados no país são importados. 

“Embora as variações cambiais não sejam sentidas imediatamente pelos integradores, devido à gestão de estoque e do risco cambial que deveria ser realizada pelos distribuidores, a persistência de um câmbio mais elevado pode acabar influenciando o preço dos equipamentos no médio prazo”, destacou ele. 

Por outro lado, Marangon ressalta que os preços em dólar dos equipamentos têm estado em níveis mais baixos nos últimos meses, o que “ajudou a atenuar parte do impacto desse aumento significativo do câmbio”, salientou.

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Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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