ANEEL projeta reajuste médio de 3,5% nas tarifas de energia em 2025

Apesar do aumento de subsídios e encargos, reajuste previsto fica abaixo da inflação
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ANEEL projeta reajuste médio de 3,5% nas tarifas de energia em 2025
Foto: Envato

A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) divulgou nesta segunda-feira (7) a primeira edição do boletim InfoTarifa, com dados sobre a evolução das tarifas em 2024 e as projeções para o próximo ano. Segundo o documento, o reajuste médio estimado para 2025 é de 3,5%, abaixo das previsões do IGP-M (5,1%) e do IPCA (5,6%).

O percentual projetado reflete a combinação de diferentes componentes tarifárias, entre elas:

  • Queda de 2,0% na Parcela B, que engloba os custos gerenciáveis pelas distribuidoras e é influenciada por índices inflacionários;
  • Alta de 1,6% nos encargos setoriais, impulsionada pelo fim das contas Covid e Escassez Hídrica e pela previsão de aumento da CDE Uso;
  • Redução de 0,3% nos custos de transporte, com efeitos distintos conforme o período do reajuste: impactos negativos para distribuidoras com revisão no primeiro semestre e positivos para as do segundo;
  • Aumento de 1,3% na compra de energia, influenciado pela valorização do dólar, que encarece os contratos com Itaipu, e pela mudança no mix de aquisição das distribuidoras;
  • Queda de 2,7% nas componentes financeiras, resultado da reversão de diferimentos da RGE, CEEE e Copel, devolução de créditos de PIS/Cofins, e redução de encargos como a CDE Escassez e o CVA Encargos.
ANEEL projeta reajuste médio de 3,5% nas tarifas de energia em 2025
Fonte: InfoTarifa/Reprodução

A Agência também chamou atenção para o orçamento da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) de 2025, atualmente em consulta pública (CP 38/2024). A proposta prevê gastos de R$ 40,6 bilhões, um aumento de 9,2% em relação a 2024.

Destacam-se o crescimento dos subsídios às fontes incentivadas, que subiram 27,4% (R$ 11 bilhões), e do Programa Luz para Todos, com aumento de 57,8% (R$ 3,95 bilhões).

Um dos gráficos apresentados no boletim mostra a evolução dos componentes tarifários nos últimos 15 anos. Enquanto a tarifa média cresceu abaixo do IGP-M e do IPCA, os encargos setoriais — criados por legislação — tiveram alta superior a 250% no período.

Já os custos com a distribuição seguem com crescimento mais controlado, refletindo medidas regulatórias da ANEEL para incentivar a eficiência das concessionárias.

Para o diretor-geral da ANEEL, Sandoval Feitosa, o InfoTarifa reforça o compromisso da agência com a previsibilidade e a transparência no setor elétrico. “A ideia é atualizar esse panorama trimestralmente, à medida que os reajustes das distribuidoras forem deliberados”, afirmou em nota. O boletim será atualizado trimestralmente.

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Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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