O incêndio em um dos reatores da Subestação de Bateias, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), na madrugada desta terça-feira (14), provocou o desligamento total da instalação e gerou apagões em todas as regiões do país.
Apesar de o laudo oficial ainda não ter sido divulgado, o episódio acendeu um alerta sobre a dependência do Brasil de grandes infraestruturas centralizadas.
Para Heber Galarce, presidente do INEL (Instituto Nacional de Energia Limpa), o incidente evidencia a necessidade urgente de diversificação da matriz elétrica e descentralização da geração de energia.
“Quando um ponto isolado da rede causa um impacto em escala nacional, é sinal de que o sistema é excessivamente dependente de grandes infraestruturas centralizadas. A geração distribuída solar e a microgeração local poderiam reduzir significativamente esses riscos”, avalia Galarce.
O executivo salienta que a expansão da GD (geração distribuída) — formada por sistemas solares, híbridos e outras fontes conectadas diretamente às redes de baixa tensão — poderia desempenhar um papel estratégico para aumentar a resiliência do sistema elétrico.
“A GD permite que consumidores, cooperativas e empresas gerem parte da energia que consomem, reduzindo a pressão sobre o SIN e a amplitude dos apagões”, explica Galarce.
O dirigente destaca ainda que investir em GD e redes inteligentes não é apenas uma medida ambiental, mas também uma questão de segurança energética e interesse público. “Eventos como o de hoje mostram que fortalecer a GD é essencial para garantir estabilidade, confiabilidade e autonomia ao sistema elétrico brasileiro”, diz o presidente do INEL.
Incêndio em subestação provoca apagão em todas as regiões do Brasil
Falha afetou todas as regiões do país
O apagão ocorrido nesta terça-feira provocou a interrupção de cerca de 10.000 MW de carga, impactando os quatro subsistemas do país — Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Segundo o Governo Federal, a falha teve início às 0h32 e o fornecimento de energia foi totalmente restabelecido até às 2h30.
Em nota, o MME (Ministério de Minas e Energia) informou que o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) deverá concluir o RAP (Relatório de Análise de Perturbação) em 30 dias. “O MME continuará acompanhando o processo de apuração e divulgará atualizações oficiais conforme o avanço dos trabalhos técnicos”.
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