Aplicações de baterias com sistemas FV de pequeno e grande portes já são viáveis

A utilização de baterias agrega valor aos projetos de energia solar, mas exige maior preparo das empresas integradoras
Canal Solar Aplicações de baterias com sistemas FV de pequeno e grande portes já são viáveis
A utilização de baterias agrega valor aos projetos de energia solar

Segurança energética e autonomia ao consumidor. Estes são os principais benefícios que motivam o mercado de baterias e armazenamento de energia elétrica. Fabricantes do setor apontam a utilização de baterias como o novo ponto de inflexão positivo no mercado de energia solar e apostam em tecnologias de armazenamento.

A utilização de baterias agrega valor aos projetos de energia solar mas, exige maior preparo das empresas integradoras. Além das equipes de projeto, de engenharia e de instalação, as equipes comerciais, e as que atendem o consumidor final, precisam estar preparadas para mostrar os benefícios entregues por um sistema com baterias.

Mais do que isso, muitas vezes os benefícios não são tão evidentes e facilmente calculáveis, e as empresas do setor precisam avaliar as aplicações de maneira mais holística, considerando possíveis ganhos operacionais para o cliente, como aumento de produtividade, por exemplo.

Recentemente, o Canal Solar trouxe informações relevantes para o mercado fotovoltaico esclarecendo como foi a implantação do primeiro microgrid com energia solar e baterias em aplicação de irrigação no Brasil, que terá um payback de até dois anos.

Queda do preço das baterias

Os preços das baterias de íon de lítio tem caído significativamente ao longo do tempo, movimento parecido com a caída dos preços de módulos fotovoltaicos, o que tornou a energia solar viável em praticamente qualquer tipo de aplicação.

Segundo levantamento da Bloomberg, desde 2015 vem ocorrendo uma redução significativa dos preços de bateria de íons de lítio. Hoje, os preços estão abaixo de US$ 200/kWh. A projeção é que em 2030 o custo esteja em torno de US$ 70/kWh.

Preço médio esperado

Investimentos em armazenamento de energia no Brasil

Um indicador importante do quão promissor é esse mercado, são os investimentos que as empresas do setor solar tem feito em tecnologias de baterias e armazenamento.

Prova disso, é a expansão da fabricante Risen Energy, que abriu uma nova divisão dedicada à tecnologia de baterias e produtos de armazenamento de energia. A empresa, que possui soluções de armazenamento para uso residencial e em usinas solares de grande porte, com empreendimentos importantes na China, Austrália, Japão e Europa, está agora mirando o mercado brasileiro.

“A Risen enxerga a aplicação de baterias em sistemas residenciais e comerciais como um caminho sem volta, já está acontecendo na Europa, Ásia e Austrália, e com certeza chegará com força ao Brasil”, afirmou Fernando Castro, diretor comercial da empresa no país.

Projeto de usina solar com baterias na China baterias de 250 kW 1 MWh
Aplicação em usina solar de grande porte, baterias de 250 kW/1MWh

“As baterias em conjunto com a geração solar podem tornar as empresas mais competitivas, otimizando custos e dando previsibilidade de abastecimento de energia. Vários empresários apontam ter prejuízos quando há falta de energia. Um processo fabril parado, uma câmara frigorífica que é desligada, ou o impedimento de faturar notas fiscais podem representar uma perda financeira muito grande, e isso precisa ser avaliado no payback do projeto”, completou Castro.

Segundo a empresa, no exterior várias soluções já foram implementadas e estão em funcionamento com sucesso, gerando inúmeros benefícios a quem decide apostar na utilização de sistemas com baterias.

Recentemente, a empresa fechou uma parceria com a Providence Investments Australia para o fornecimento de baterias de íons de lítio e equipamentos para soluções de armazenamento. A parceria prevê a aplicação de baterias em sistemas residenciais (poucos kW de potência) e usinas de grande porte (maiores que 100 MW).

A Risen Energy Storage – divisão de soluções de armazenamento inaugurada em 2018 – contempla o desenvolvimento, produção e comercialização de células e baterias de íon lítio e produtos de armazenamento de energia para uso residencial e em usinas solares.

A empresa pretende, nos próximos anos, trazer suas soluções para o mercado brasileiro. A decisão depende da permissão da legislação brasileira que regula as soluções on-grid (portaria 004/2011).

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Ericka Araújo
Head de jornalismo do Canal Solar. Apresentadora do Papo Solar. Desde 2020, acompanha o mercado fotovoltaico. Possui experiência em produção de podcast, programas de entrevistas e elaboração de matérias jornalísticas. Em 2019, recebeu o Prêmio Jornalista Tropical 2019 pela SBMT e o Prêmio FEAC de Jornalismo.

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