Associações nordestinas debatem práticas realizadas no setor solar  

Entidades que representam o setor na região estiveram presentes no primeira dia do Canal Conecta
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Associações nordestinas debatem práticas realizadas em prol do setor solar  
Representantes das associações nordestinas de energia solar no Canal Conecta. Foto: Canal Solar

O primeiro dia da 3ª edição do Canal Conecta, congresso idealizado pelo Canal Solar, teve início nesta terça-feira (14), em Recife (PE), e uma das palestras de destaque envolveu o panorama do mercado de energia solar no Nordeste sob a ótica das associações. 

No palco foram apresentados dados e perspectivas do setor na região, bem como a importância do trabalho destas entidades para o desenvolvimento do setor nordestino de energia solar. 

Inicialmente, os executivos esclareceram que as associações são entidades que promovem a adoção da fonte, reunindo interesses comuns de empresas, consumidores e investidores, e sendo responsáveis por oferecer um papel fundamental na defesa de políticas que favoreçam o setor. 

Bayron Silveira, presidente da APBSOLAR (Associação Paraibana de Energia Solar), explicou que as associações são hoje uma ferramenta importante de apoio jurídico para os integradores locais, uma vez que, intermediam conversas junto às agências de regulação, auxiliando em casos que infrinjam, por exemplo, os aspectos da Lei 14.300/2022. 

“Na parte de capacitação dos integradores, tentamos sempre nivelar a atuação destes profissionais para que todos possam ter um crescimento saudável e contribuam para o crescimento da GD (geração distribuída) nos seus respectivos estados”, disse ele. 

O executivo destacou ainda que essas entidades também têm conseguido cada vez mais relevância também na esfera política. “A nossa associação, por exemplo, tem ótima relação com o Governo do Estado, o que nos permite dialogar e galgar alguns êxitos dentro do segmento de políticas públicas”, destacou. 

“Recentemente, conseguimos a isenção de IPVA para veículos elétricos, o que ajuda a estimular o crescimento da mobilidade elétrica e consequentemente o braço dos integradores atuarem na parte de integração de estações de recarga”, comentou. 

Ações abrangem diferentes esferas 

Cássio Maia, presidente da APER (Associação Potiguar de Energias Renováveis), destacou que as ações das associações abrangem diferentes esferas do mercado de energia solar, uma vez que “não adianta ter uma perna muito forte e ter as outras defasadas”, afirmou. 

“Temos ações em conjunto com concessionárias, agentes de crédito e também em Brasília (DF), onde atuamos em parceria com a nossa frente parlamentar para que consigamos construir iniciativas para projetos de leis e o que mais for necessário para que a capital federal seja um espaço de apoio às energias renováveis”, destacou. 

O executivo explica ainda que, dentro do estado do Rio Grande do Norte, a associação também tem focado esforços em ações de capacitação de profissional no setor solar, em especial com parcerias, entre elas a do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). 

“Com ela, buscamos capacitação empresarial na parte de gestão para que as empresas adquiram uma maturidade necessária para serem, de fato, sustentáveis e consigam levar bons produtos e serviços para seus clientes”, disse ele. 

Muito a crescer 

Rudinei Miranda, presidente da APERENOVÁVEIS (Associação Pernambucana de Energias Renováveis), utilizou parte de sua fala para destacar alguns números do setor de energia solar no Nordeste, destacando não só a força da fonte na região, com grandes perspectivas de crescimento para o futuro. 

“Pernambuco, por exemplo, tem uma população estimada de 9,5 milhões de habitantes e cerca de 2,5 milhões de domicílios. Ou seja, temos potenciais clientes a serem atendidos com a energia solar”, iniciou a explanação. 

“Dentro desse todo, temos 85 mil usinas instaladas e que beneficiam hoje mais de 170 mil usuários. Além disso, temos no estado mais de 3 milhões de veículos. Ou seja, que são futuras frotas para o mercado de mobilidade elétrica”, continuou. 

“Temos, com isso, um mercado a ser lapidado pela frente, com vários modelos para serem desenvolvidos. Pernambuco é um estado grande, complexo e com muito espaço para investimentos em energias renováveis, sobretudo energia solar”, finalizou ele. 

Contato constantes com as concessionárias 

Outra ação que tem sido cada vez mais comum de ser realizada pelas associações nordestinas de energia solar tem sido as conversas constantes em prol de melhorias para o setor solar junto às distribuidoras de energia elétrica, sobretudo envolvendo os problemas relacionados à inversão de fluxo. 

Marcos Rêgo, presidente da ABS (Associação Baiana de Energia Solar Fotovoltaica), destacou que a entidade conta que a entidade tem buscado investir na relação com a concessionária local, porque “sentimos que um dos principais gargalos do nosso setor é a relação com a Neoenergia Coelba”, disse ele 

Temos criado uma relação para levar melhorias de processos e na experiência do usuário final da concessionária. A Bahia é um grande expoente do mercado solar brasileiro e a associação hoje está se fortalecendo cada vez mais”, complementou. 

Criação da ANER 

Durante o painel de discussão, as associações do setor de energia solar também anunciaram a criação da ANER (Associação Nacional de Energias Renováveis) – que vai englobar todas as associações do Brasil em prol do desenvolvimento contínuo das fontes limpas. 

“Todos (os estados) juntos terão o mesmo nível de gestão para divulgar melhores práticas para o desenvolvimento do setor, de modo que se pegue, por exemplo, uma boa ação realizada na Paraíba para ser usada em Pernambuco e por aí vai. Estamos lançando a ANER amanhã (dia 15)”, revelou Francisco Vidigal, vice-presidente da AMESOLAR (Associação Maranhense de Energias Solar e Renováveis).

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Imagem de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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