Um produto para revestimento de fachadas que, além de gerar energia a partir de fonte solar com alta eficiência, proporciona um preenchimento estético e perfeitamente integrado às edificações. Essa é a solução BIPV (Building Integrated Photovoltaics – Integração Fotovoltaica na Construção Civil).
Segundo Rogério Duarte, gerente de vendas e marketing da Kromatix na America Latina, essa tecnologia, que integra os sistemas fotovoltaicos ao design e arquitetura das mais diversas construções – como coberturas de tetos e cortinas, por exemplo – está sendo cada vez mais utilizada.
“BIPV é o mercado que mais cresce no mundo. Afinal, se é possível gerar energia com alta performance, substituindo revestimentos passivos de fachada por revestimentos ativos e estéticos e que devolvem o investimento adicional aplicado no decorrer do tempo, porque continuar utilizando fachadas passivas?”, disse Duarte.
“Os edifícios em geral não possuem área suficiente na cobertura para instalar painéis fotovoltaicos tradicionais e gerar energia suficiente para atender a área comum dos condomínios. Porém, as fachadas destes edifícios representam uma área importante para esta finalidade. A solução BIPV transforma áreas de fachada passiva em áreas ativas e esteticamente integradas”, destacou o especialista.
Mercado BIPV no Brasil
De acordo com o executivo, o BIPV é um segmento que vem crescendo também no Brasil. Como exemplo, ele citou algumas empresas que já fornecem esse tipo de material para o país, como a suíça Kromatix, a espanhola Onyx e a brasileira Sunew.
“Na Kromatix, fornecemos um vidro solar colorido para revestimento de fachada com alta performance. Há também a Onyx, que disponibiliza um vidro transparente gerador de energia. E a Sunew, que desenvolve OPV (Filmes Fotovoltaicos Orgânicos) – material de composição mais leve e semi-transparente, que pode ser aplicado como revestimento em superfícies curvas e sobre o vidro”, comentou Duarte.
Mercado BIPV no exterior
A Jinko Solar apresentou, durante a feira SNEC 2020 – maior evento de tecnologia solar da China – sediada em Xangai, sua primeira versão da série de módulos BIPV coloridos. Com uma potência de saída de 550 W, esta série de produtos possui variedade de cores e níveis de translucidez, incorporando a estética arquitetônica moderna para uso como componente de construção.
Outro lançamento foi o “LONGi Roof”. O fabricante projetou o produto para atender às necessidades dos sistemas de telhado C&I e, após pouco mais de um ano, a linha de produção e o projeto foram finalmente comissionados. A solução é produzida pela LONGi Energy, subsidiária do Grupo LONGi.
Cases de BIPV
No Brasil, há um projeto de retrofit da fachada da Fortlev Solar em Vitória (ES). Com 6 kWp de potência instalada, o que representa 166 Wp/m², o Kromatix na cor cinza, além de proporcionar uma fachada esteticamente integrada, possui alta performance na geração.
“O interessante deste projeto é que se trata de uma fachada off-grid. Toda geração é distribuída junto a carga e o excedente é armazenado em bateria para uso no horário de ponta”, explicou Rogério Duarte.
O projeto, localizado em Copenhagen, na Dinamarca, junto a Escola Marítima Internacional de Copenhagen, tem quase 7 mil m². Segundo o especialista, a instalação foi eleita pelo site Mother Nature Network como um dos empreendimentos que mudarão para sempre a arquitetura no mundo. No total, são 720 kWp que atende 60% da demanda de energia da escola.
O Student Experience Amsterdan, localizado na Holanda, conta com aproximadamente 3 mil m² de Kromatix cor cinza-claro. De acordo com o executivo, o projeto possui uma capacidade instalada de 400 kWp.