As emissões brutas de gases de efeito estufa no Brasil caíram 16,7% em 2024, atingindo 2,145 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente, ante 2,576 bilhões em 2023. Trata-se da segunda maior queda já registrada desde o início das medições, em 1990, e a maior desde 2009, quando o recuo foi de 17,2%.
Os dados fazem parte da 13ª edição do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa), do Observatório do Clima, divulgada nesta semana. Mesmo com a redução expressiva, o estudo alerta que o Brasil segue como o quinto maior emissor do planeta e que o desmatamento ainda é o principal vilão climático.
Ao todo, o país emite mais carbono bruto apenas com a derrubada de florestas do que a Arábia Saudita e o Canadá juntos, dois dos maiores produtores de petróleo do mundo. Entre os setores, a pecuária continua liderando as emissões — seja pela fermentação entérica do metano ou pelo uso de energia e desmatamento.
A atividade responde por 51% das emissões nacionais, o equivalente a 1,1 bilhão de toneladas de CO₂e. Se fosse um país, o “boi brasileiro” seria o sétimo maior emissor do mundo, à frente do Japão. Em seguida vêm a agricultura (19%), o transporte de carga (6%) e o transporte de passageiros (5%). Somados, agropecuária e desmatamento representam dois terços das emissões do Brasil.
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Segundo ano mais quente da história
Apesar da queda nas emissões, o planeta continua aquecendo. Segundo a OMM (Organização Meteorológica Mundial), 2025 está a caminho de se tornar o segundo ano mais quente já registrado, mantendo a tendência de calor extremo observada na última década.
O boletim, divulgado pela Agência da ONU às vésperas da COP30, em Belém (PA), mostra que as concentrações de gases do efeito estufa e o calor nos oceanos atingiram níveis sem precedentes. As geleiras e calotas polares também continuam em retração acelerada.
“Essa sequência sem precedentes de altas temperaturas, combinada com o aumento recorde dos níveis de gases de efeito estufa no ano passado, deixa claro que será praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5 °C nos próximos anos sem ultrapassar temporariamente essa meta”, alertou Celeste Saulo, secretária-geral da OMM.
Ela ponderou, porém, que ainda é possível reverter o cenário. “A ciência é igualmente clara: ainda é totalmente possível e essencial reduzir as temperaturas para 1,5 °C até o final do século”, acrescentou.
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