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Brasil poderá ser o próximo hub mundial de data centers?

País apresenta características que atendem às crescentes demandas energéticas e ambientais desse mercado
Brasil poderá ser o próximo hub mundial de data centers?
Os data centers são grandes edifícios que consomem uma quantidade significativa de energia elétrica. Imagem: Reprodução

A ampla oferta de energia competitiva e renovável posiciona o Brasil como um dos países mais atrativos para a instalação de data centers, conforme apontou um recente relatório do banco Santander.

Os data centers são grandes edifícios que consomem uma quantidade significativa de energia elétrica. Com o avanço da inteligência artificial regenerativa, a demanda por eletricidade barata, infraestrutura confiável e energia renovável aumentará substancialmente, e o Brasil atende a essas três exigências.

Atualmente, existem 11.879 data centers distribuídos em 136 países, dos quais 48% estão na América do Norte (45% nos EUA), 29% na Europa e apenas 5% na América Latina, segundo dados do banco Santander.

Tanto os Estados Unidos quanto a Europa enfrentam desafios relacionados ao fornecimento de energia e água (utilizada para resfriamento). Os altos preços de energia nessas regiões são um dos maiores obstáculos, além das barreiras ambientais devido às emissões de CO2 provenientes do uso de fontes não-renováveis de eletricidade.

De acordo com a IEA (Agência Internacional de Energia), o consumo de eletricidade em data centers, criptomoedas e inteligência artificial totalizou 460 TWh em 2022 e poderá atingir aproximadamente 800 TWh até 2026 em um cenário base.

Em termos de tamanho de mercado, dados da plataforma alemã Statista indicam que o mercado de data centers atingiu US$ 329,3 bilhões em 2023 e poderá crescer 4,5% em 2024. No Brasil, esse mercado atingiu US$ 4,6 bilhões (1,4% do mercado global) e tem a expectativa de crescer 8,7% em 2024, chegando a US$ 5 bilhões, com uma projeção de alcançar US$ 6,5 bilhões até 2028.

A maior parte dos data centers no Brasil está localizada na região Sudeste, onde a infraestrutura de eletricidade e fibra óptica é mais desenvolvida. No entanto, a região Nordeste também tem potencial para se beneficiar desse mercado.

O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) têm trabalhado para atender à crescente demanda por energia dos data centers. A demanda atual de energia dos data centers no país pode saltar de 1 GW para 2,5 GW até 2037, o que representaria mais de R$ 54 bilhões em investimentos nesse período, considerando que o valor médio de investimento por MW em data center no Brasil é de cerca de R$ 36 milhões.

Duas características que favorecem o Brasil são o alto nível de renovabilidade da matriz elétrica (85%) e os custos de energia competitivos. Atualmente, o Brasil apresenta preços de eletricidade competitivos em comparação com os EUA e os países europeus, onde está localizada a maioria dos data centers.

Além disso, o Brasil possui uma capacidade instalada de 200 GW, com previsão da EPE de ampliar para 275 GW até 2031. “Uma das formas mais vantajosas para o Brasil aproveitar o excesso de oferta de eletricidade seria através do powerhoring, ou seja, atrair indústrias estrangeiras para estabelecer fábricas no país”, destacou o Santander.

Muitas empresas de data center já estabeleceram acordos de compra de energia e investimentos em autoprodução no Brasil. A AWS investiu em um complexo solar no Ceará (122 MW) e outro no Rio Grande do Norte (49,5 MW).

 A Odata firmou parceria com a Serena para aquisição de energia de um projeto eólico na Bahia, com 212 MW de capacidade instalada. 

A Takoda tem parceria com a Casa dos Ventos e é abastecida por um complexo eólico no Rio Grande do Sul. 

A Microsoft assinou um contrato de 15 anos com a AES Brasil (recentemente adquirida pela Auren) para fornecimento de energia renovável. Já a Ascenty optou por adquirir energias renováveis no Mercado Livre de Energia.

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Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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