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Brasil pode atingir mais de 90% de energia limpa até 2035, aponta CEO da ABSOLAR

O levantamento da Universidade da Califórnia aponta que atingir 90% da energia limpa criaria um impulso econômico

Autor: 24 de junho de 2020outubro 4th, 2020Brasil
4 minutos de leitura
Brasil pode atingir mais de 90% de energia limpa até 2035, aponta CEO da ABSOLAR

A maioria das propostas de descarbonização ocorre em 30 anos, visando 2050. Mas um novo estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos Estados Unidos, mostra que os EUA podem atingir 90% de energia limpa na matriz energética até 2035. Os custos em queda no armazenamento solar e eólico são a força motriz por trás dessa tendência.

Para Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), devido os recursos renováveis competitivos que o Brasil possui, “o país pode atingir os mesmos 90%, ou até mais, com muito menos esforço e em muito menos tempo do que os EUA”.

Segundo ele, o país já possui atualmente uma matriz elétrica com mais de 80% renovável e não pode estagnar nesta faixa. “Estamos bem posicionados para liderar este movimento e ser uma das potências renováveis do século XXI”, disse.

O executivo ressaltou ainda que, independentemente dos números específicos do estudo, a iniciativa da universidade americana é muito interessante e oportuna, pois demonstra que é possível realizar uma transição energética para uma matriz elétrica de baixas emissões, com redução de custos aos consumidores e à sociedade. “Basta vontade política”, apontou Sauaia.

Sobre o estudo

O levantamento da Universidade da Califórnia aponta que atingir 90% da energia limpa criaria um impulso econômico sustentado, injetando US$ 1,7 trilhão em investimentos privados na economia americana em 15 anos, criando 530 mil novos empregos líquidos por ano e cortando 10% os preços no atacado.

A transição renovável também reduziria as emissões de carbono em toda a economia, evitaria US$ 1,2 trilhão em custos ambientais e de saúde e impediria até 85 mil mortes prematuras associadas às emissões de usinas de energia. A meta dos pesquisadores americanos é que 55% da rede seja descarbonizada até 2025, subindo para 90% até 2035 e atingindo 100% até 2045.

De acordo com a EIA (Administração de Informações sobre Energia dos EUA), em 2019, 63% da matriz elétrica dos Estados Unidos foi baseada em termelétricas a combustíveis fósseis (carvão, gás natural, petróleo e derivados), 20% em termelétricas nucleares e 18% em fontes renováveis.

“A forte redução de preços e aumento da competitividade da energia solar fotovoltaica, energia eólica e das tecnologias de armazenamento de energia elétrica permitirá com que estas tecnologias se tornem ferramentas estratégicas para o desenvolvimento sustentável das nações”, disse Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR.

De acordo com Sauaia, com políticas públicas adequadas, esta moderna matriz elétrica dos EUA eliminaria por completo a queima de carvão mineral para geração de energia elétrica e evitaria a construção de novas termelétricas a combustíveis fósseis. Além disso, o cenário 90% limpo geraria 8,5 milhões de empregos a mais que o cenário base, com menos impactos ambientais e à saúde. “Isso tudo garantindo a segurança e robustez do sistema elétrico e reduzindo os custos de energia elétrica frente aos custos atuais”, destacou.

Renováveis devem substituir carvão no mundo

Para Márcio Takata, diretor da Greener, é uma questão de tempo que as renováveis substituam o carvão em grande parte dos países. “É uma tendência mundial. Os aspectos ambientais e econômicos são os dois fatores que vão guiar o desenvolvimento e ampliação da geração renovável no mundo”.

Segundo o especialista, isso vai ocorrer devido ao avanço tecnológico das renováveis, pelo ganho de eficiência financeira da tecnologia e também por conta da preocupação do mundo em reduzir as emissões de CO2.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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