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Burocracia e mau planejamento prejudicam crescimento da GD solar no país

Apesar da condição climática privilegiada, geração fotovoltaica brasileira produz pouco na comparação com outros países

Autor: 14 de abril de 2021Artigos
3 minutos de leitura
Burocracia e mau planejamento prejudicam crescimento da GD solar no país

O Brasil possui um enorme potencial energético a partir da fonte fotovoltaica, sendo um dos países que mais recebe incidência solar por causa de seu clima tropical. 

Apesar disso, países como China, Alemanha e Japão, que não dispõem dessa condição privilegiada, curiosamente, contam hoje com, pelo menos, dez vezes mais potência instalada. 

De acordo com dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), atualizados até o final da tarde de terça-feira (13), o Brasil possui 5.335 MW de potência instalada em geração distribuída a partir da fonte solar. Trata-se de um número muito abaixo do que outros países já apresentavam, por exemplo, há pelo menos dois anos. 

De acordo com a IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável), em 2019 a liderança global em energia fotovoltaica pertencia à China, com uma capacidade acumulada total de 205.072 MW.  Na segunda posição do ranking, aparecia o Japão, com 61.840 MW, e um volume que, por si só, já superava, naquela época, mais de dez vezes a capacidade solar atual brasileira. 

Os Estados Unidos com 60.540 MW; a Alemanha com 49.016 MW; e a Índia com 34.831 MW, completavam o ranking da IRENA como os cinco países com maior geração de energia solar do planeta em 2019. 

Explicações

Para Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), o sucesso obtido por esses países não é por acaso, mas sim fruto dos investimentos realizados em políticas públicas para o setor. 

“Isso diz respeito não só a ter regras claras aplicadas com transparência para os consumidores, mas também para que o mercado consiga desenvolver os seus modelos de negócio, tendo uma certa segurança no trabalho que desenvolvem, conseguindo mitigar riscos sem que isso prejudique a busca por projetos e investimentos”, destacou.

Segundo Sauaia, outro ponto importante que precisa ser levado em conta na equação são os créditos oferecidos a custos competitivos, com o objetivo de viabilizar a instalação de projetos solares. “Não é apenas o crédito acessível por si só, mas é ter também um nível de exigência de garantias e documentos, ou seja, uma burocracia que não desmotive o interesse da população e das empresas pela tecnologia”, frisou.

Nesse sentido, Sauaia chama a atenção para a importância da agilidade nos processos de instalação dos sistemas fotovoltaicos. “Existem muitos países que possuem processos totalmente digitalizados para emissão de autorização, registro e agendamento de vistorias de novos sistemas”, comentou.

Segundo ele, nesses países, o processo que engloba a tomada de decisão do consumidor de querer instalar o sistema solar; a solicitação junto à distribuidora e o sistema ser projetado, instalado, vistoriado e conectado, leva menos de uma semana para ser feito. “Dois exemplos de onde não existe uma batalha para o consumidor conseguir fazer a instalação são a Alemanha e grande parte dos Estados Unidos”, completou. 

Henrique Hein

Henrique Hein

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter do Jornal Correio Popular e da Rádio Trianon. Acompanha o setor elétrico brasileiro pelo Canal Solar desde fevereiro de 2021, possuindo experiência na mediação de lives e na produção de reportagens e conteúdos audiovisuais.

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