O período chuvoso, iniciado em outubro, contribuirá para reforçar a segurança no fornecimento de energia elétrica em todo o país. A informação foi divulgada pelo CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), que se reuniu nesta quarta-feira (5) para avaliar as condições do sistema.
Mesmo com o acionamento da bandeira tarifária vermelha pelo sexto mês consecutivo em novembro, o órgão destacou que as chuvas registradas em outubro já favoreceram a recuperação de parte dos reservatórios brasileiros. Com isso, o nível médio de armazenamento das usinas chegou a cerca de 50% da capacidade total no final do mês.
Mesmo com o aumento das chuvas, os níveis de ENA (Energia Natural Afluente) – volume de água que chega aos reservatórios – ainda estão abaixo da média histórica em boa parte do país.
A previsão para as próximas semanas, porém, indica que as precipitações devem continuar próximas ou acima da média nas principais bacias hidrográficas, o que tende a melhorar o cenário.
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O CMSE também destacou avanços em novas obras de geração e transmissão de energia, informando que só em outubro, foram adicionados 485 MW de capacidade ao sistema, com destaque para o Complexo Solar Boa Sorte, em Minas Gerais.
Além disso, o Comitê destacou que os leilões realizados neste ano pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) devem mobilizar mais de R$ 5 bilhões em investimentos – volume que, segundo o órgão, deve garantir o acesso à energia em comunidades remotas e fortalecer a infraestrutura do setor elétrico.
O CMSE destacou, por mim, durante a reunião, que continuará acompanhando o comportamento do sistema ao longo do período úmido para garantir que o fornecimento de energia siga estável em todo o país.
Ponto de atenção
Na mesma semana em que o CMSE se reuniu para discutir o assunto, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) divulgou um estudo que chama atenção para a importância do país considerar as mudanças climáticas no planejamento do setor elétrico.
Segundo o levantamento, ignorar essas variáveis pode aumentar os custos operacionais e elevar o risco de desabastecimento no Brasil, reforçando a necessidade de integrar clima e diversificação de fontes de energia em uma mesma estratégia de segurança energética.
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