Em reunião realizada nesta quarta-feira (1º) o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) determinou que a Eletronuclear e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) atualizem e complementem os estudos econômico-financeiros relacionados à conclusão da usina de Angra 3.
Esses estudos deverão contemplar três cenários: a manutenção do acordo já firmado entre União, Eletrobras e ENBPar com participação privada; a possibilidade de concluir a obra apenas com recursos públicos; e o detalhamento dos custos de abandono do projeto e seus impactos para todas as partes envolvidas.
Para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a retomada das obras é estratégica para a segurança energética do país, pois a fonte nuclear oferece energia firme e de base, complementando a matriz limpa brasileira.
A história de Angra 3 se arrasta em longo processo. As primeiras movimentações datam dos anos 1980, mas o empreendimento sofreu seguidas interrupções.
Atualmente, cerca de 65% da obra já está concluída, com equipamentos comprados e armazenados. Questões de engenharia não são o principal obstáculo e sim a modelagem financeira.
O estudo do BNDES apontou necessidade de aproximadamente R$ 23 bilhões para finalizar a usina, contra R$ 21 bilhões estimados em caso de abandono.
Mas há divergências sobre esses valores, especialmente porque parte dos custos já realizados — cerca de R$ 16 bilhões — não deveriam, segundo estudos independentes, ser repassados aos consumidores.
Em razão de acordo firmado com a União, a Eletrobras foi liberada da obrigação de aportar recursos adicionais para Angra 3 e está em processo de desvinculação operacional/financeira do projeto.
A ex-estatal mantém, por ora, participação acionária na Eletronuclear que busca vender. Analistas, por sua vez, divergem sobre o caminho a seguir.
Enquanto alguns defendem a conclusão da usina como forma de garantir previsibilidade e confiabilidade ao sistema, outros alertam que se trata de uma decisão mais política do que econômica, já que os custos podem se tornar ineficientes para os consumidores.
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