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Como lidamos com a demanda crescente por eletricidade?

Energias renováveis, como a solar, são fundamentais para compor um conjunto de soluções

Autor: 15 de junho de 2022dezembro 5th, 2022Opinião
4 minutos de leitura
Como lidamos com a demanda crescente por eletricidade?

Nossa demanda por energia, especialmente por eletricidade, só aumenta

Há pouco mais de 20 anos, era raro quem tinha um telefone celular no Brasil. Os aparelhos caros e a falta de linhas dificultavam a compra. Os celulares eram verdadeiros “tijolões”, com baterias grandes que duravam pouco tempo e só tinham a função básica de falar.

As pessoas se acostumaram a isso e só o fato de ter um celular significava uma grande evolução em relação aos telefones fixos. Mas os celulares evoluíram rápido. Hoje, suas grandes telas permitem realizar uma série de tarefas.

A conexão de alta velocidade possibilita fazer videochamadas, assistir a conteúdos, trabalhar, falar com quem está do outro lado do mundo de forma simples etc. Quem consegue imaginar voltar ao começo dos anos 2000 sem celular?

Assim como aconteceu com os telefones, ocorreu também com muitos outros equipamentos, como carros, eletrodomésticos, luzes e assim por diante. Os seres humanos estão usando muito mais energia. Nós nos tornamos mais ‘mimados’.

A partir do momento que uma pessoa se acostuma a algo que facilita a vida, é muito difícil abrir mão e voltar atrás. Nossa demanda por energia, especialmente por eletricidade, só aumenta.

Um exemplo de alto consumo de energia elétrica: as criptomoedas, como a bitcoin, entre outras. O processo de transações, transferências e todas as etapas de segurança envolvidas precisam de computadores muito avançados, com alto poder de processamento de informações – consumidores vorazes de energia.

E estamos caminhando para um futuro com o dinheiro cada vez mais digital. Outro exemplo são os carros. A frota mundial caminha para a eletrificação, abandonando os veículos movidos a combustíveis fósseis, que poluem o meio ambiente e esquentam o planeta.

De olho nas soluções

Ao mesmo tempo que consumimos mais energia, também passamos a usar mais fontes renováveis, como a solar, a eólica e a hidrelétrica. Mas as energias renováveis nos fazem esperar o tempo da natureza. Só conseguimos converter energia quando aquele recurso está disponível.

No caso da energia solar, que é mais previsível, a geração ocorre durante o dia, com pico nos momentos de maior incidência do sol. Já a eólica, por exemplo, depende da presença dos ventos. E a hidrelétrica depende de um bom volume de chuvas.

Como o Brasil é muito dependente dessa matriz energética, nos períodos de seca a tarifa sobe e o governo impõe as bandeiras tarifárias. As energias renováveis são o futuro – mas também o presente!

O investimento em energia solar já permite tanto a redução significativa da conta de energia elétrica todos os meses quanto a consciência com a sustentabilidade.

Quem tem painéis solares em casa já sabe que o excedente da geração é injetado na rede elétrica. Em troca, a pessoa recebe créditos, que são usados para reduzir o valor da conta. Esse modelo é assim em muitas partes do mundo.

Mas alguns países alcançaram um volume tão grande de geração de energia a partir da fonte solar fotovoltaica que já não são capazes de fazer isso, pois a rede elétrica não comporta tantas mini usinas solares mandando seus excedentes em momentos de pico de geração de eletricidade. É o caso da Austrália e do estado do Havaí, nos Estados Unidos.

Em modelos assim, o excedente é armazenado em baterias e utilizado em momentos de maior consumo. Uma das tendências que observamos é que o mercado terá tarifas diferentes ao longo do dia.

Em Israel, onde moro, já temos tarifas para manhã e noite, verão e inverno. O mundo todo caminha para um modelo grid friendly, amigável com a rede elétrica, mas associando baterias para armazenamento próprio do excedente gerado pela energia solar.

E esse excedente vai, inclusive, carregar os carros elétricos, que também funcionarão como opções de armazenamento para uso em outros horários. Durante o dia, quando os painéis solares estão produzindo em nível máximo, será o momento de usar eletrodomésticos que consomem bastante e carregar o carro.

À noite, quando geralmente há mais pessoas em casa e demanda por energia (chuveiro, TVs, ar-condicionado etc.), tanto as baterias quanto o próprio carro poderão funcionar como fontes de energia. Se não houver essa possibilidade, a rede elétrica também continua disponível. Assim será possível suprir a demanda crescente por energia em todo o planeta.

Yoni Ziv

Yoni Ziv

Yoni Ziv é vice-presidente da Ecori Energia Solar. Expert global no mercado fotovoltaico com mais de 20 anos de experiência internacional. Foi vice-presidente de Vendas Técnicas da SolarEdge, empresa global de equipamentos para energia solar. É engenheiro eletrônico pela Universidade de Tel Aviv, em Israel, onde mora.

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