A conta de luz dos consumidores residenciais acumulou alta de 8,96% no Brasil em 2023, segundo levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A informação faz parte do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que traz uma prévia da inflação oficial do país. Pelas projeções, a inflação foi de 4,72% no ano passado.
A alta no valor da conta de luz ocorre mesmo diante de um cenário favorável para a geração de energia elétrica, uma vez que os níveis dos reservatórios das hidrelétricas permaneceram com um bom volume de água e a bandeira tarifária verde foi mantida ao longo de todo o ano.
Nesse sentido, o principal fator que motivou o encarecimento das tarifas foram os reajustes e as revisões praticados pelas distribuidoras.
Atualmente, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste são as mais afetadas pelo custo elevado da conta de luz, conforme levantamento realizado pelo Canal Solar, com base em dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).
O Pará é o estado que possui a conta de luz mais cara do país, com um custo médio de R$ 0,962/kWh, enquanto que Santa Catarina é a região com a tarifa mais acessível (R$ 0,593/kWh).
Top 10 tarifas mais caras do Brasil por estado:
- Pará: R$ 0,962/kWh
- Mato Grosso: R$ 0,883/kWh
- Mato Grosso do Sul: R$ 0,880 kWh
- Alagoas: R$ 0,866/kWh
- Piauí: R$ 0,854/kWh
- Rio de Janeiro: R$ 0,841/kWh
- Amazonas: R$ 0,835/kWh
- Bahia: R$ 0,808/kWh
- Distrito Federal: R$ 0,766/kWh
- Pernambuco: R$ 0,764/kWh
Payback cada vez menor
A queda média de 40% no preço dos painéis solares este ano no Brasil elevou ainda mais a atratividade para instalação de sistemas fotovoltaicos em telhados. A análise é do Portal Solar, franqueadora com mais de 200 unidades espalhadas pelo país e cerca de 20 mil sistemas fotovoltaicos instalados.
Segundo o mapeamento, a redução no preço final aos consumidores, que tem sido puxada sobretudo pelo aumento da capacidade produtiva chinesa, que detém 90% da produção mundial de painéis solares, melhorou o payback (tempo de retorno do investimento) entre 10% e 20% aos brasileiros que adotaram a geração própria de energia solar em 2023.
“Fica evidente, portanto, que o ganho de escala de produção global, o aumento de eficiência dos painéis solares e a consequente queda no preço final da tecnologia não só dissolvem as cobranças impostas pela nova regulamentação no Brasil, mas ainda elevam a atratividade e as vantagens da energia solar aos consumidores no país”, avalia Rodolfo Meyer, CEO do Portal Solar.
Segundo previsões da consultoria Wood Mackenzie, mais 1 TW de capacidade de fabricação de wafers, células e módulos estarão disponíveis até o fim de 2024, o que representa uma capacidade de produção suficiente para atender a demanda global anual pelos próximos oito anos.
Segundo Meyer, tal cenário deverá fazer com que a queda no preço dos equipamentos de energia solar continue ocorrendo, tornando o investimento ainda mais atrativo, mesmo com a decisão do Governo Federal de alterar a alíquota de importação de painéis solares. “Os preços dos painéis solares chineses devem atingir o patamar mais baixo da história, chegando perto de US$ 0,10/Wp”, disse.
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