O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) seguiu o esperado e decidiu elevar a taxa básica de juros pela quarta reunião consecutiva. Assim como em dezembro, a alta foi de 1 p.p (ponto percentual), para 13,25%, sendo este o maior nível desde setembro de 2023.
Em comunicado, o órgão informa que as incertezas externas, principalmente nos Estados Unidos, suscitam dúvidas sobre a postura do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano).
Em relação ao Brasil, o texto destaca que a economia nacional passa por um momento de incertezas em relação a contenção de gastos públicos e um possível descontrole da inflação.
“A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes”, destaca o comunicado.
Em relação às próximas reuniões, o Copom confirmou que elevará a taxa Selic em 1 p.p na reunião de março, elevando os juros para 14,25% ao ano.
Cenário de juros a 14,25% em março: quais os impactos para o setor solar?
Taxa Selic
A taxa Selic é o principal instrumento do BC para controlar a inflação – uma vez que quando está em baixa, o Copom reduz a taxa de juros para estimular o consumo e aquecer a economia.
Em contrapartida, quando a inflação está elevada, como é o caso do cenário atual, o órgão sobe a Selic para restringir o consumo e, consequentemente, reduzir a pressão sobre os preços, como alimentos, combustíveis e energia.
O Banco Central só considera reduzi-la quando há segurança de que os preços estão sob controle e o risco de alta da inflação está afastado, o que não é o caso atual.
Em via de regras, um aumento expressivo na taxa de juros é prejudicial para o desenvolvimento de qualquer país, mesmo sendo uma medida necessária para controlar a inflação.
Do ponto de vista dos investidores, a Selic serve como parâmetro para avaliar a viabilidade de seus investimentos. Isso, por sua vez, impacta negativamente o valor das empresas e dos negócios em geral.
Impactos no setor solar
No setor de energia solar, o aumento da Selic impacta, sobretudo, o custo de financiamento dos projetos fotovoltaicos, que acabam ficando mais caros para os consumidores que não conseguem adquirir a tecnologia com o pagamento à vista.
Com o encarecimento dos financiamentos, os clientes que buscam investir em usinas solares podem encontrar condições menos favoráveis, o que pode reduzir a demanda por novas instalações.
Além disso, o aumento dos custos de financiamento pode afetar a rentabilidade dos projetos, tornando-os menos atrativos para os investidores.
Reuniões do Copom
O Copom é o órgão do Banco Central, formado pelo seu presidente e diretores, que definem, a cada 45 dias, o patamar da taxa Selic. O objetivo é fazer com que a política monetária do país atinja seus objetivos de forma eficiente.
Uma vez definida a taxa básica de juros, o Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais para manter os juros próximos ao valor definido na reunião e evitando um descontrole da inflação.
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