Custo do despacho das termelétricas será repassado ao consumidor em 2022

Diretor-geral da ANEEL alega que a crise hídrica elevará o custo dessas usinas em quase R$ 9 bilhões

O diretor-geral da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Pepitone, disse que o acionamento das termelétricas em meio à crise hídrica vai elevar o custo adicional do despacho dessas usinas em quase R$ 9 bilhões entre os meses de janeiro e novembro e confirmou que os valores serão repassados para os consumidores em 2022.

A afirmação foi feita na última terça-feira (15), durante a realização de mais uma audiência pública da Comissão de Minas e Energia, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). 

Durante o encontro com os parlamentares, o executivo também reconheceu a gravidade da crise hídrica brasileira, mas garantiu que a situação atual é melhor do que em 2001, quando houve o racionamento de energia.

Segundo ele, fatores como a expansão das linhas de transmissão e inclusão das fontes renováveis (energia solar e eólica) na matriz elétrica foram fundamentais para amenizar o problema.

“Temos uma segurança energética hoje muito mais robusta do que havia há 20 anos”, destacou.  Pepitone disse ainda que a Agência optou por manter a decisão de suspender o corte de energia por inadimplência dos consumidores de baixa renda em todo o Brasil. 

Saiba mais:ANEEL estende o prazo de cortes de energia para população de baixa renda

A medida, que se encerraria no dia 30 de junho, seguirá em vigor até 30 de setembro de 2021 para os consumidores da tarifa social de energia elétrica, contemplando aproximadamente 12 milhões de famílias.

Crise hídrica

Neste momento, o Brasil passa pela maior seca de sua história, com níveis críticos de reserva hídrica em seus reservatórios estratégicos. Em algumas usinas, o índice encontra-se abaixo dos 10%, segundo dados da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

É o caso, por exemplo, dos reservatórios de Marimbondo e Água Vermelha, na Bacia do Rio Paraná. Em meio a este cenário de preocupação, é levantada a possibilidade de racionamento de energia.

No entendimento de especialistas, os investimentos em energias renováveis, entre elas a solar, se mostram uma solução viável para enfrentar o problema, já que mais da metade da matriz energética do país vem da energia gerada pelas hidrelétricas.

Imagem de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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