A matriz elétrica brasileira atual ainda é muito dependente da fonte hídrica. Quando os reservatórios das hidrelétricas estão baixos, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) aciona usinas termelétricas fósseis emergenciais – mais caras, poluentes e que provocam bandeiras tarifárias amarela e vermelha.
Tendo em vista este cenário, a energia solar é vista como essencial para ajudar a economizar água dos reservatórios hídricos, aliviando a operação da matriz energética nacional e o bolso dos consumidores, bem como contribuir para um Brasil mais limpo, sustentável e competitivo.
Esta é a análise de Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).
“A nossa matriz possui, atualmente, mais de 60% da sua potência instalada da fonte hídrica. Sabemos que a mesma depende do ‘bom humor’ das chuvas, de ter ela no lugar certo e com a frequência certa para que possa ser armazenada a aproveitada. Isso é um desafio para nós, considerando os tempos de seca que passamos há pelo menos cinco anos”.
Por isso, de acordo com o executivo, diversificar a matriz no Brasil é fundamental. “O governo começou esse processo no passado com o que chamamos de matriz hidrotérmica, ou seja, colocando as termelétricas emergenciais e suportes para quando faltasse água nas hidrelétricas por conta da falta de chuva. Quais as vantagens dela? São rápidas para se construir, mas são caríssimas para operar e são poluentes”.
“Temos bandeiras amarela e vermelha, 1 ou 2, que podem ser ativas dependendo da quantidade de termelétricas que o operador colocar para rodar. Portanto, quanto mais energia solar e outras fontes renováveis adicionarmos, maior será a diversificação, pois, quando falta chuva tem sol de sobra disponível para gerar energia elétrica e ajudar a diminuir a necessidade de ativar tais termelétricas”, explicou Sauaia.
Em suma, ele destacou que a sinergia entre as duas tecnologias pode contribuir a ter um menor risco de suprimento, ou seja, mais segurança energética, além de ser essencial para auxiliar a ter uma matriz com operação mais barata, competitiva e sustentável – evitando assim a emissão de poluentes que prejudicam a saúde das pessoas e do meio ambiente.
“Esse é um ganho que acontece tanto na energia solar, utilizada de forma centralizada, quanto na GD (geração distribuída), com a vantagem de que na GD temos ainda uma redução de perdas – dado que esses sistemas estão perto dos pontos de consumo – e um alívio na operação nas linhas de transmissão e distribuição”, completou o especialista.
3 respostas
boa noite ; estou estudando no SENAI RJ curso tecnico na area de energia renavaveis foto voltaica
O Brasil precisa avançar e muito. Reportencializar e fazer a automação de todas as usinas mais antigas onde isso ainda não foi feito e pode ser feito em PPP com a iniciativa privada; implantar semart meters para viabilizar os smart grids; apoiar a implantaçãod e usinas reversíveis; acelerar a vinda de mega sistemas de estocagem / baterias para tender os picos, eventualmente mais baratas do que essas termelétricas vadias, e; ceder áreas nas superfícies dos reservatórios das hidrelétricas e canais de irrigação – além de açudes – para a implantação de centrais solares flutuantes, contabililizando também os custos evitados pela redução da evaporação e da eletricidade usada no bombeamento.
Luiz as ideias me parecem boas apesar de eu não ter muito conhecimento na área. O que acho que falta é mais vontade política para implementar as mesmas.