O crescimento acelerado dos data centers no Brasil e no mundo, impulsionado pela expansão da IA (inteligência artificial) e dos serviços em nuvem, tem intensificado o debate sobre seus impactos ambientais, especialmente em relação ao consumo de energia, ao uso intensivo de água para refrigeração e à pressão sobre os recursos naturais.
A avaliação é da MIT Technology Review Brasil, com base em levantamentos internos e dados de estudos nacionais e internacionais. Segundo a publicação, em 2024 os data centers foram responsáveis por cerca de 1,7% do consumo de energia elétrica no Brasil, o equivalente a 8,2 TWh.
As projeções indicam que esse percentual pode mais do que dobrar até 2029, quando os data centers devem responder por 3,9% do consumo total de energia do país, acompanhando o crescimento da demanda por processamento de dados, armazenamento em nuvem e aplicações baseadas em IA.
O estudo também chama a atenção para um impacto indireto desse setor: grande parte da água associada à operação dos data centers está embutida na geração de energia, especialmente no funcionamento de usinas termelétricas e hidrelétricas que abastecem essas infraestruturas.
Na avaliação da MIT, o cenário combina desafios imediatos e oportunidades estratégicas, uma vez que sem uma matriz elétrica limpa e um uso mais eficiente de recursos energéticos, o avanço dos datacenters pode ampliar pressões ambientais relevantes.
Vantagem competitiva para o Brasil
Por outro lado, o levantamento destaca que o Brasil possui uma vantagem competitiva em relação a grande maioria dos países do mundo, ao contar com uma matriz elétrica majoritariamente renovável – o que cria condições para ocupar posição de destaque na chamada computação sustentável, com foco em energia limpa, eficiência hídrica e governança ambiental.
O estudo aponta que o crescimento do setor exigirá investimentos contínuos em eficiência energética, infraestrutura e fontes limpas de geração, uma vez que sem esse suporte a expansão dos data centers pode pressionar a matriz elétrica. Com ele, o movimento pode acelerar a inovação tecnológica, fortalecer práticas sustentáveis e alinhar o avanço digital às metas ambientais do país.
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