Visando fomentar o mercado de energia solar, as fintechs Edmond e Agropermuta firmaram parceria. O objetivo é oferecer condições especiais de financiamento para produtores rurais interessados em desenvolver projetos de energia renovável.
Com o acordo, a Edmond atuará como originador cedente da operação e a Agropermuta vai “enquadrar” o crédito e repassá-lo a seus investidores.
A estimativa das duas empresas é que essa nova forma de financiamento movimente entre R$ 50 milhões e R$ 70 milhões em operações até o fim do ano.
Inicialmente, são esperados tickets médios de projetos a partir de 100 kWp até 500 kWp e, com o aumento das operações, a expectativa é que o produto tenha estrutura para projetos maiores de 1 MWp a 5 MWp até o 4º trimestre de 2021.
“A Edmond atua com ênfase em desenvolvimento sustentável, adotando práticas enquadradas no conceito de Environmental, Social and Corporate Governance (ESG). Deste modo, viabiliza o acesso à produção de energia limpa e sustentável, através da implementação de usinas solares fotovoltaicas para o produtor rural, custeadas com a própria cultura futura mediante a emissão de Cédula de Produto Rural Financeira (CPR-F), a ser paga em parcela anual ao longo de 3 anos”, destaca Jackson Chirollo, CEO da Edmond.
Os projetos de energia fotovoltaica serão implementados em conjunto com integradores parceiros e todos estes projetos serão registrados pela Edmond na plataforma internacional REC Standard, sendo classificados como geradores de energia por fonte renovável.
Serão emitidos certificados I-RECs, os quais permitirão comprovar a origem da energia para redução das emissões de carbono decorrentes de consumo de energia elétrica, sendo este um dos requisitos para enquadrar os empreendimentos como operações sustentáveis, facilitando acesso às melhores opções de crédito rural que estarão disponíveis de acordo com os princípios do open banking.
Estas também são premissas essenciais para o recebimento de certificações, selos nos critérios ESG e, inclusive, para permitir a emissão de títulos verdes.
Chirollo ainda ressalta que a energia renovável oferece enormes vantagens ao agronegócio, independentemente da cultura plantada, uma vez que os consumos de energia elétrica neste setor são elevados. “A missão da Edmond é viabilizar o aproveitamento das grandes extensões territoriais em conjunto com a forte exposição solar, resultando em grandes benefícios financeiros aos produtores”, destaca.
“Em função disso, nós reorganizamos a cadeia de valor para desenvolver um produto que oferece oportunidades a longo prazo aos interessados em investir em equipamentos fotovoltaicos no campo”, afirma Alex Kalef, diretor executivo da Agropermuta.
Com a nova solução, produtores rurais – que possuem de mil a sete mil hectares de área produtiva – poderão implantar uma usina fotovoltaica na propriedade e pagar com a própria produção, em apenas três parcelas anuais. “A partir de agora, o produtor rural terá 12 meses de carência entre cada uma das parcelas (não atreladas a nenhum indexador, como IPCA/CDI), mantendo o fluxo de caixa positivo”.
Além disso, os interessados terão todas as garantias de seguro que a Edmond oferece, Cédula de Produto Rural Financeira (CPR-F) agrícola e liberação de crédito em até 40 dias no máximo.
“Este produto chega ao mercado para auxiliar os produtores rurais a desbravarem o mercado de capitais como fonte de fomento. Nós propiciamos uma opção mais balanceada ao produtor rural que, embora tenha acesso aos financiamentos mais tradicionais, habitualmente estes são burocráticos e com taxas e garantias incompatíveis. Nosso modelo de negócio veio para solucionar esse desafio, além de incentivar o uso de equipamentos sustentáveis que trazem benefícios ao negócio e ao planeta”, conclui Kalef.