24 de abril de 2024
solar
No Brasil Hoje

Potencia GC SolarGC 13,4GW

No Brasil Hoje

Potencia GD SolarGD 28,6GW

Grandes empresas investem no setor solar e têm bons resultados

O retorno financeiro e a possibilidade de expandir suas atividades são as principais vantagens

Autor: 19 de agosto de 2020julho 27th, 2021Brasil
6 minutos de leitura
Grandes empresas investem no setor solar e têm bons resultados

A busca por soluções energéticas econômicas e sustentáveis por meio de fontes renováveis, visando a diversificação da matriz energética brasileira, tem criado oportunidades de negócios para diversos setores da economia do país, atraindo cada vez mais investimentos na energia solar.

Entre as empresas que tem apostado no mercado fotovoltaico brasileiro, está a Solar Group, que oferece estruturas de fixação de painéis fotovoltaicos para telhados e lajes. “Já trabalhávamos, há mais de 20 anos, em produtos de alumínio e aço inox. Então, tínhamos o DNA para projetos e condições para fazer aqui no Brasil uma estrutura melhor do que as importadas”, conta Ronaldo Koloszuk, diretor comercial da empresa.

“A motivação foi o enorme potencial que este mercado possui no Brasil. Pesquisamos mais de um ano antes de tomar a decisão, fazer os investimentos e criar a Solar Group. O que fizemos foi perguntar para os instaladores quais eram as melhores soluções e os problemas que elas davam nos telhados brasileiros. Eles passaram uma lista e nós resolvemos os problemas. Assim, conseguimos ser a primeira empresa a apresentar uma estrutura personalizada e adaptada para a realidade dos nossos telhados”, relata o executivo.

Recentemente, a empresa atingiu 1 GW comercializado em estruturas para geração distribuída sobre telhados e lajes em todo o território brasileiro. Além disso, inaugurou sua segunda unidade fabril, localizada na cidade de Santana do Parnaíba (SP), com investimentos de cerca de R$ 19 milhões.

O Grupo Fortlev, especializado em soluções para armazenamento de água e com grande participação no mercado de tubos e conexões em PVC, também está apostando no mercado solar. Atualmente, a unidade de negócios está localizada em Vitória (ES), e conta com a distribuição de produtos e sistemas fotovoltaicos em todo território nacional.

Fortlev SolarGrupo Fortlev aposta no setor solar ao abrir nova unidade solar em Vitória (ES)

Segundo Leonardo Diniz, gerente nacional do grupo, a motivação foi o grande entusiasmo da companhia pela fonte fotovoltaica. “O fundador do Grupo Fortlev, Antônio Torres, sempre foi um entusiasta da energia solar. Em 2008, pensou em entrar neste mercado, indo até à China e visitando diversos potenciais fornecedores de equipamentos para esse fim. Porém, naquela época o Grupo Fortlev demandou muito de sua atenção e energia para focar no desenvolvimento do segmento de tubos e conexões. Com isso, o sonho de poder contribuir com o crescimento sustentável do mercado de energia Solar fotovoltaica foi adiado. Até que em 2019, Antônio decidiu colocar seu antigo desejo em prática, nascendo assim a Fortlev Solar”, comenta Diniz.

Outro grupo que está apostando no mercado solar, com previsão de início das atividades no fim do próximo trimestre, é o grupo Rio Branco, um dos maiores distribuidores de papel do Brasil. “Acreditamos que esta nova unidade de negócios vai tornar o grupo Rio Branco, ao longo desta década, um dos percursores em energia sustentável no Brasil. Estimamos vender entre 35 e 50 MW no próximo ano”, diz William Gama, gestor de Novos Negócios.

O interesse por tecnologia e soluções cada vez mais econômicas e sustentáveis foi o que motivou outra empresa a ingressar no mercado fotovoltaico no Brasil, a Wattohms, especializada em telecomunicações. “A Wattohms sempre buscou tecnologias novas e um dos fatores que me fez entrar no setor foi o conhecimento da super bateria, que a Tesla tinha feito, para não ficar na mão da concessionária no futuro. Para ter a opção de migrar para o sistema híbrido ou até mesmo um sistema off grid”, conta Eduardo Antônio Lemos, sócio proprietário da empresa.

Para aumentar a qualidade dos seus serviços, a empresa tem investido na qualificação profissional dos seus colaboradores por meio de treinamentos internos.

Desafios do setor de energia solar no Brasil

Assim como todo mercado, o setor fotovoltaico brasileiro possui desafios que devem ser superados pelas empresas que desejam investir no segmento.

Para Diniz, o principal desafio do Grupo Fortlev tem sido acompanhar as mudanças contínuas do setor. “Como em qualquer negócio no Brasil, iniciamos buscando entender cada dia mais sobre o mercado de geração distribuída no país. Mercado esse, altamente dinâmico, cheio de incertezas e de riscos. Com toda a humildade, erramos algumas vezes, porém isso nos deu força e aprendizado para acertar em vários sentidos”.

Já Lemos, sócio proprietário da Wattohms, aponta a incerteza jurídica e o baixo conhecimento da tecnologia solar como sendo os principais desafios do setor. “O grande desafio é ter que lidar com pessoas que não estão acostumadas com a tecnologia e provar que o sistema funciona. Além disso, ainda não existe uma segurança jurídica devido as normativas”, afirma o executivo.

Visando acabar com a insegurança jurídica no setor solar, o deputado federal Lafayette de Andrada (Republicanos/MG) apresentou um texto na técnica virtual do CBEE (Código Brasileiro de Energia Elétrica) que visa criar o marco legal do Setor Elétrico e da geração distribuída. A medida vem em meio à discussão em torno da atualização da REN (Resolução Normativa) 482 proposta pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

“O texto está norteado por quatro princípios básicos que o setor precisa ter para que haja segurança. O primeiro é clareza. O segundo é segurança jurídica, porque não há investimento que se apoie se o investidor não tiver segurança jurídica. Além disso, é preciso ter eficiência e sustentabilidade do setor, para que seja barato e competitivo. E, por último, equidade, pois o país é imenso e temos várias características regionais que precisam ser consideradas. Não pode ser feita uma lei que seja uma régua para todo mundo porque cada um vai receber essa régua com impactos diferentes, dado às suas características regionais”, ressaltou o deputado.

Resultados positivos e sustentáveis

O retorno financeiro e a possibilidade de expandir suas atividades são as principais vantagens apontadas pelas empresas que atuam no mercado fotovoltaico no Brasil. Além disso, há o ganho sustentável para toda a sociedade.

De acordo com Leonardo Diniz o sucesso da Fortlev Solar tem contribuído com o objetivo missionário e social da empresa. “Do resultado líquido de nossos negócios, 15% são destinados ao Instituto Água Viva, que gera emprego, renda e educação para famílias de todo o semiárido nordestino, sendo responsável por cuidar de milhares pessoas que por tempos estiveram às margens da miséria. Esse é nosso compromisso e o nosso maior acerto”.

 

Ericka Araújo

Ericka Araújo

Head de jornalismo do Canal Solar. Apresentadora do Papo Solar. Desde 2020, acompanha o mercado fotovoltaico. Possui experiência em produção de podcast, programas de entrevistas e elaboração de matérias jornalísticas. Em 2019, recebeu o Prêmio Jornalista Tropical 2019 pela SBMT e o Prêmio FEAC de Jornalismo.

Comentar

*Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Canal Solar.
É proibida a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes e direitos de terceiros.
O Canal Solar reserva-se o direito de vetar comentários preconceituosos, ofensivos, inadequados ou incompatíveis com os assuntos abordados nesta matéria.