A crescente salinização dos rios causada pela elevação do nível do mar e eventos climáticos extremos tornaram o acesso à água potável um desafio diário para comunidades costeiras em Bangladesh. Agora, usinas de dessalinização movidas a energia solar começam a mudar essa realidade em vilas como Nildumur, em Satkhira.
Desde o início de 2025, três novas usinas entraram em operação, fornecendo água limpa a cerca de 300 famílias. As estações, com capacidade de mil litros por hora, utilizam tecnologia de osmose reversa alimentada por painéis solares.
Durante a seca, sem a aplicação dos sistemas fotovoltaicos, a população local recorria a lagoas salinizadas, mesmo com o risco de doenças como cólera e diarreia. A nova tecnologia – como não depende da rede elétrica instável da região – pode operar por até cinco horas sem sol, graças ao sistema de baterias.
Sol e tecnologia contra a sede
O investimento de cerca de US$ 40 mil por estação, com vida útil estimada entre 20 e 25 anos, é financiado por ONGs como a Projects for Humanity e a Poul Due Jensen Foundation, com apoio técnico da Change Initiative, de Daca.
A dessalinização já transforma o cotidiano das mulheres locais, tradicionalmente responsáveis por buscar água. Antes, caminhavam até 5 km; agora, podem coletar água limpa próximo de casa. Embora eficaz, o processo ainda gera desafios, como o destino das águas residuais.
A ONU (Organização das Nações Unidas) estuda os impactos ambientais e avalia possíveis soluções, como o reaproveitamento do sal. Futuramente, pode haver cobrança simbólica para ajudar na manutenção das usinas.
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