Os donos de pequenos negócios no Brasil estão mais conscientes sobre a necessidade de adotar ações ligadas à sustentabilidade. Um levantamento feito pelo Sebrae, em parceria com o IBGE, mostra que a energia solar é usada por 14% dos pequenos empreendimentos.
Ao todo, 74% das micro e pequenas empresas implementaram o controle do consumo de energia. Essa, que é a prática de sustentabilidade mais aplicada no universo das MPE, foi adotada até mesmo por microempreendedores individuais, com a adesão de 71% desse público.
Os dados revelados mostram que existe uma preocupação das MPE também com outros aspectos, como o controle no consumo da água (que é observado por 65% das companhias), na gestão do consumo de papel (praticada por 62%) e na separação para a coleta seletiva de lixo (implementada em 55% das micro e pequenas empresas).
Para Carlos Melles, presidente do Sebrae, tais números confirmam que essa temática não é mais uma simples tendência, mas sim uma preocupação que entrou definitivamente no dia a dia da gestão dos pequenos negócios.
“Seja pela pressão dos consumidores, que estão cada vez mais atentos às práticas ambientais e sociais das empresas, seja pela necessidade de reduzir os custos de operação, a sustentabilidade se impõe agora como uma das principais missões de quem empreende”, destacou.
Apesar desses avanços, o levantamento relata que as pequenas empresas precisam amadurecer outras práticas sustentáveis relevantes. O aproveitamento da água da chuva, por exemplo, ainda é feito por uma minoria das MPE (9%).
Fábrica de massas aposta em solar
Quando se mudou com a família para Cuiabá, em Mato Grosso, a administradora de empresas Silvia Biasoli não queria ficar parada. Incentivada pelo filho, ela resolveu apostar no mercado de massas. Em 2016 nascia a La Matriciana, fábrica de massas artesanais.
No primeiro momento, a empresária adequou a própria casa para a fabricação dos produtos. Um ano depois, a empresa cresceu com a ampliação do espaço para a construção de uma câmara fria e sala de descanso para os colaboradores, aquisição de novos equipamentos e máquinas.
Ao longo do tempo, várias inovações foram sendo adotadas de olho no meio ambiente. Com orientação de consultores do Centro Sebrae de Sustentabilidade, Silvia trocou os freezers por uma câmara fria e implantou energia fotovoltaica.
“Embora a câmara fria seja cara, a médio e longo prazo acaba economizando. Foram ações indiscutivelmente úteis para a empresa, pois já tivemos uma melhoria econômica em relação à câmara fria e depois com as instalações das placas solares a conta de luz zerou no primeiro mês”, ressaltou.
“O valor a pagar foi só dos impostos, bem baixo. Hoje, com o aumento da tarifa, chegamos a ter uma despesa de um quarto do que pagaríamos antes”, concluiu.