Uma pesquisa realizada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) identificou que a energia solar ainda é uma tecnologia que precisa ser melhor explorada junto aos comerciantes brasileiros.
Isso porque, segundo o estudo, entre os empreendimentos onde processo de operação é mais dependente do consumo de energia, como academias e restaurantes, apenas 8% utilizam sistemas fotovoltaicos como uma das soluções para reduzir a conta de luz.
Em contrapartida, cerca de um terço dos proprietários entrevistados (33% do total) afirmaram que apenas orientam seus colaboradores a reduzirem o uso de energia elétrica, enquanto outros 27% revelaram que acabam não fazendo nada a respeito e deixando as coisas como estão.
Outros 15% revelaram que buscam economizar energia apenas no horário de pico e 10% alegaram trocar seus equipamentos por tecnologias mais eficientes e que gastem menos energia, como geladeiras e lâmpadas de led.
Em entrevista ao Canal Solar, Vera Lúcia de Oliveira, analista técnica do Sebrae, explica que a entidade mapeou os segmentos empresariais mais dependentes de energia para conduzir a pesquisa, que tinha como intuito entender como os micro e pequenos empresários fazem a gestão energética de seus empreendimentos.
“Fomos surpreendidos com o resultado, já que mais de 60% dos estabelecimentos em que a energia representa um gasto significativo não é feito nada para mudar essa situação ou apenas os funcionários são recomendados a usarem menos energia”, comentou.
Segundo ela, muitos empresários não têm noção da sua real condição de consumo e precisavam de mais informação para instalar um sistema de energia solar. “Muitos sequer sabem que existe a possibilidade de gerar a sua própria energia ou, se sabem disso, acabam não sabendo como instalar e desistem no meio do processo”, frisou.
Vera explicou ainda que o estudo identificou que os proprietários destes pequenos negócios, muitas vezes, nem sequer têm acesso à sua própria conta de luz, porque seus comércios ficam alocados em imóveis alugados nos quais a mudança de titularidade sequer foi feita.
“Consequentemente, não conseguem acessar os dados e a natureza do seu contrato junto à distribuidora para entender como está o custo da sua energia”, explica.
Outro ponto que chama atenção, segundo ela, é a falta consciência dos pequenos empreendedores com relação a sua condição de consumo. “Eles, muitas vezes, não conseguem ter noção do estado do seu sistema de eletrificação e há até uma ignorância de achar que fazer um gato é uma alternativa”, frisou.
Economia sustentável e com redução de custos
Uma redução de 90% com despesas relacionadas a energia elétrica. Essa é a economia que o Espaço Nobre Pizzaria, um restaurante localizado em Campinas (SP), passou a ter com a operação de um sistema de energia solar em março deste ano.
O projeto – que conta com 660 painéis solares, sendo 211 instalados na cobertura do estabelecimento e outros 449 em um barracão – proporciona à pizzaria uma geração superior ao consumo do estabelecimento, conforme explica o proprietário Marcos Vedovatto.
O empresário destaca ainda que a sua expectativa com relação ao retorno dos investimentos (payback) seja concluída até o final de 2025. A tecnologia foi financiada por Vedovatto a juros baixos.
“A nossa ideia foi buscar um meio de baratear o nosso custo operacional, porque a energia elétrica, junto com a conta de água, é um dos itens que mais pesa no bolso de todos os comerciantes”.