Com colaboração de Ericka Araújo
Fabricantes e importadores do setor solar brasileiro já se preparam para um possível novo aumento de preços a partir de 10 de agosto, devido ao fim do mecanismo de reembolso de impostos praticado pelo governo chinês, o chamado “tax refund”.
O benefício permite que fabricantes chineses recuperem parte dos impostos pagos na exportação de produtos – o que impacta diretamente no custo dos equipamentos vendidos ao mercado internacional, inclusive ao Brasil.
Ao Canal Solar, interlocutores que mantêm contato direto com o Governo Chinês, informaram que o reembolso aplicado atualmente deverá ser eliminado, sendo reduzido de 9% para zero. Na prática, isso deve gerar um aumento imediato de até 10% nos preços de produtos fotovoltaicos embarcados a partir de 10 de agosto.
“Tudo que embarcar depois do dia 10 de agosto já virá com esse novo preço, cerca de 10% acima. É como se fossem os nossos ex-tarifários, mas aplicado no país de origem”, explicou uma das fontes que atua com importações no setor. “A data que conta é o embarque na China”, acrescentou ele.
A mudança, segundo os interlocutores, teria sido confirmada internamente por empresas chinesas com operações no Brasil. Ainda que o aumento de preços só afete embarques realizados após o dia 10, há expectativa de uma corrida para antecipar pedidos e garantir os valores atuais, o que também pode provocar uma elevação gradual nos preços mesmo antes do fim oficial do benefício.
“É possível que os fornecedores se antecipem e subam os preços mesmo antes do dia 10, diante da grande demanda esperada”, aponta uma das fontes ouvidas pela reportagem.
Este movimento de alta no mercado solar deve ser acompanhado de perto por integradores, distribuidores e demais agentes da cadeia, especialmente diante da tendência de reajustes generalizados e da necessidade de planejamento logístico e financeiro para evitar surpresas no custo de aquisição de equipamentos importados.
Nova atualização
Essa deverá ser a segunda atualização promovida pela China no benefício fiscal voltado para os exportadores chineses. Em dezembro de 2024, a taxa foi reduzida de 13% para 9% – o que resultou em um aumento de 4% no preço FOB (Free On Board) dos equipamentos fotovoltaicos para os demais países do globo.
O anúncio ocorreu logo após o governo brasileiro ter anunciado um aumento no imposto de importação de módulos fotovoltaicos de 9,6% para 25%, que está valendo no país desde o dia 13 de novembro do ano passado.
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