Mais de 70 mulheres extrativistas da comunidade do Limão do Curuá, região ribeirinha amazônica de Bailique, receberam a doação de um sistema de energia solar da Prefeitura Macapá (AP) para que suas atividades não sejam impactadas pela falta de energia.
O grupo integra a Amelc (Associação de Mulheres Extrativistas do Limão do Curuá), que tem na produção de safras de óleo de sementes do Pracaxi a sua única fonte de renda.
Trata-se de um produto fitoterápico conhecido pelo poder antiofídico e de cicatrização, que vem recebendo notoriedade nas indústrias de fármacos e cosméticos. Atualmente, as trabalhadoras produzem cerca de dois mil litros de óleo por safra.
Com a chegada dos sistemas com baterias, a ideia é aumentar a produtividade e o alcance de novos clientes, uma vez que os equipamentos têm capacidade para fazer com que ventiladores, freezer, geladeira, bebedouro e lâmpadas de LED funcionem de forma ininterrupta.
A instalação também vai permitir a inauguração dos liquidificadores industriais da comunidade que nunca haviam sido ligados pela falta de energia. O equipamento é utilizado para processar e triturar o fruto do pracaxi.
O kit de energia entregue pela Prefeitura é compostos por módulos fotovoltaicos, inversores e banco de baterias, além de estruturas de fixação e cabeamento.
A instalação foi realizada pela Cipemac (Companhia de Iluminação Pública, Energia Sustentável e Saneamento do Município de Macapá).
De acordo com Claudiane Barbosa, presidente da Amelc, a instalação do sistema na localidade era uma reivindicação antiga do grupo de mulheres.
“Estamos na luta desde 2003 e essa é a primeira vez que a gente recebe um material desse. Agora vamos poder aumentar nossa produção e gerar mais renda”, disse ela.
Comunidade Limão do Curuá
Limão do Curuá é uma das 50 comunidades do Arquipélago do Bailique, caracterizado como um território de populações tradicionais adaptadas e dependentes dos ecossistemas naturais para sua reprodução cultural e socioeconômica.
A comunidade se formou às margens do rio Curuá, sendo composta por famílias que vivem do manejo do açaí, da pesca artesanal de peixe e camarão, e da extração do óleo de pracaxi, como é o caso das mulheres extrativistas da Comunidade do Limão do Curuá.