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GC solar vai de “inexistente no SIN” para mais de 12 GW operacionais em seis anos

Até 2017, as grandes usinas fotovoltaicas possuíam uma participação muito pequena na matriz elétrica nacional

Autor: 21 de fevereiro de 2024Brasil
4 minutos de leitura
GC solar vai de “inexistente no SIN” para mais de 12 GW operacionais em seis anos

Foto: Freepik

A energia solar por meio das grandes usinas saiu de um segmento com quase nenhuma representatividade na matriz elétrica nacional em 2017 para se tornar uma das principais fontes do SIN (Sistema Interligado Nacional) em apenas seis anos.

Atualmente, os empreendimentos fotovoltaicos de GC (geração centralizada) somam mais de 12 GW de capacidade operacional, sendo este volume o dobro do que se tinha há menos de um ano e meio: 6 GW em setembro de 2022, segundo dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Além das usinas em operação, o país também conta com mais de 3 mil empreendimentos outorgados (em construção iniciada e ainda não iniciada) e que juntos podem acrescentar outros 132,4 GW ao país quando entrarem em operação comercial.

Dados da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) dão conta que mais de R$ 54 bilhões em novos investimentos e mais de 366,6 mil empregos já foram criados pela GC solar desde o início de sua expansão no Brasil.

Além disso, os empreendimentos do tipo também já proporcionam uma arrecadação aos cofres públicos que supera a marca de R$ 18,2 bilhões. 

“O avanço da energia solar fortalece a sustentabilidade e amplia o protagonismo internacional do Brasil, além de aliviar o orçamento das famílias e reforçar a competitividade dos setores produtivos brasileiros”, destacou Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR.

Por que a GC solar cresceu tanto?

Em entrevista ao Canal Solar, Eduardo Tobias, sócio-diretor da Watt Capital, destaca que dos 12 GW em operação, em torno de 5,6 GW são de projetos com contratos de venda de eletricidade de longo prazo (PPAs) total ou parcialmente no ambiente regulado.

“Essa foi a primeira geração de projetos fotovoltaicos de geração centralizada no Brasil. Esses projetos, em sua maioria não teriam sido viabilizados, naquela época, se não fossem os leilões regulados com quotas para a fonte fotovoltaica”, disse ele.

O executivo prossegue explicando que a segunda geração foi a de projetos voltados para o Mercado Livre de Energia, cujos PPAs começaram a ser celebrados principalmente a partir de 2018. “Tais projetos começaram a entrar em operação a partir de 2020 e não dependeram de ajuda governamental. Eles concorrem livremente com as demais fontes”.

Em um terceiro momento, Tobias destaca os projetos com contratos de autoprodução por equiparação, visando maiores preços de eletricidade para o vendedor e maior economia para o consumidor.

Com isso, o volume de incremento anual de capacidade instalada cresceu significativamente nos anos de 2022 e 2023, fruto de contratos majoritariamente assinados antes do início dos lockdowns decorrentes da Covid-19 a partir de meados de 2020.

“Por um lado, o histórico do incremento de capacidade instalada de projetos mostra a pujança e maturidade do setor no Brasil. Por outro lado, esse número esconde que a tendência é de queda para 2024 e 2025 e que, historicamente, o setor fotovoltaico tem acrescentado menos potência ao SIN do que a fonte eólica”, destacou.

A ABSOLAR, por exemplo, projeta para 2024 um incremento de 3,4 GW – um volume inferior a 2023. “Essa tendência também é de queda para o setor eólico. Considerando que o fator de capacidade da fonte fotovoltaica é significativamente menor ao da fonte eólica, em termos de volume de eletricidade produzida, o setor eólico tem crescido muito mais rápido”, disse Tobias.

Segundo o profissional da Watt Capital, essa tendência de queda é consequência do que ele chama de “tempestade perfeita” entre os anos de 2020 e 2023, com uma combinação de aumento de taxa de juros, aumento de CAPEX, inflação alta (em 2020 e 2021), câmbio desvalorizado e volátil, baixa demanda por eletricidade nova e queda significativa no preço de eletricidade de longo prazo (em 2022 e 2023).

“A boa notícia é que, em 2023, o CAPEX fotovoltaico caiu significativamente e a eólica nem tanto. Além disso, nos últimos 12 meses, o preço de eletricidade incentivada de longo prazo subiu 42,6% – o que favorece a viabilização de novos projetos de todas as fontes”, disse Tobias. 

“Com isso, começo o ano de 2024 com bastante otimismo para o reaquecimento do setor de geração centralizada renovável, principalmente para projetos de fonte fotovoltaica independentes e associados”, finalizou. 


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Henrique Hein

Henrique Hein

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter do Jornal Correio Popular e da Rádio Trianon. Acompanha o setor elétrico brasileiro pelo Canal Solar desde fevereiro de 2021, possuindo experiência na mediação de lives e na produção de reportagens e conteúdos audiovisuais.

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