Intersolar Summit recebe mais de 5.600 visitantes e se consolida no Nordeste

Discussões do congresso fomentaram reflexões acerca do futuro da solar e outras pautas da transição energética
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Intersolar Summit recebe mais de 5.600 visitantes e se consolida no Nordeste
Edição de 2025 bateu recorde de público. Foto: The smarter E South America/Reprodução

O Intersolar Summit Brasil Nordeste encerrou sua quinta edição, em Fortaleza, batendo recorde de visitantes: mais de 5.600 pessoas visitaram os 90 estandes do evento. Organizado pela Aranda Eventos & Congressos, em colaboração com a Solar Promotion International GmbH da Alemanha, o Summit traz à tona discussões estratégicas para o futuro do setor.

“Tivemos um recorde de público em nossa quinta edição, o que demonstra a consolidação do evento e a credibilidade conquistada junto aos principais players de energias renováveis e transição energética”, disse Florian Wessendorf, diretor-geral da Solar Promotion International GmbH.

“Além disso, o congresso teve discussões de altíssimo nível, reunindo representantes importantes do setor, e os minicursos tiveram uma grande adesão, capacitando profissionais em algumas das principais tendências do mercado”, destacou.

O painel “Hidrogênio Verde: a nova fronteira energética do Nordeste” abriu as discussões do Summit. Jurandir Picanço, consultor de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, afirmou que as projeções feitas sobre a fonte alguns anos atrás foram revistas e estão menores. Há barreiras como custo de produção, tecnologia e estrutura.

Camila Ramos, CEO e Fundadora da CELA, relatou que o mercado ainda enfrenta desafios para as empresas tomarem a decisão final de investimento, como a necessidade de se ter compradores para que projetos sejam financiáveis. Ela ressaltou ainda os esforços e incentivos do Ceará para atrair investimentos.

Por sua vez, Gustavo Silva, diretor de Operações da Qair Brasil, mostrou a visão do investidor. O executivo ressaltou entraves para que o mercado seja potencializado, como o gargalo de suprimentos, barreiras geopolíticas e indefinições políticas no Brasil.

Encerrando o painel, Brígida Miola, secretária Executiva da Indústria- SDE, apresentou as iniciativas do Hub de Hidrogênio Verdes do Ceará, a fim de viabilizar a produção no Estado, como infraestrutura portuária, linhas de transmissão e águas de reuso.

Armazenamento de energia

A segunda discussão abordou o “Panorama do armazenamento de energia elétrica no Nordeste”. O painel foi mediado por Markus Vlasits, presidente da ABSAE (Associação Brasileira de Armazenamento de Energia), que defendeu uma política para o segmento no país.

No que diz respeito a potencialização das energias solar e eólica, o armazenamento se coloca como uma solução viável a fim de aproveitar melhor a capacidade de geração. Em sua abordagem, Jonas Becker Paiva, diretor da Colibri Capital, traçou um panorama do setor.

Ele citou uma pesquisa recente da Bloomberg, que mostrou uma queda de 40% no custo dos sistemas de armazenamento a nível global, com uma tendência de queda também para os próximos anos, com estimativas de redução de 34% até 2030.

Maurício Gonçalves, CEO da 3E Soluções, enfatizou os sistemas isolados como soluções viáveis em locais com mais gargalos no acesso à energia elétrica. Já Adalberto Moreira, o gerente Comercial da Baterias Moura, ressaltou o ambiente de negócios em armazenamento. Ele defendeu que o segmento não deve ser encarado como um concorrente das fontes tradicionais de energia, mas sim como um aliado estratégico.

Setor elétrico brasileiro

As “Perspectivas do sistema elétrico e desafios da transmissão para cargas de grande porte” foram debatidos no terceiro painel do dia. Joaquim Rolim, gerente de Desenvolvimento Sustentável da FIEC, ressaltou as mudanças no setor elétrico brasileiro nos últimos anos, com a entrada das renováveis e implicações em temas como o manejo de cargas.

Em sua contribuição, Marcos Junior Soares de Lima, especialista Sênior em Planejamento de redes da Enel, abordou os desafios impostos pela entrada de novas conexões de grandes cargas no planejamento de trabalho das distribuidoras. Eduardo Rego, diretor de O&M da Voltalia Energia do Brasil, destacou o cotidiano das empresas de geração à frente do atual cenário do país.

Eletromobildade

O último painel do evento abordou “Eletromobilidade: normalização e tecnologia”. Cesare Quinteiro, CEO da move, mediou a discussão, que teve como tópicos as normas, tecnologia, mercado e a visão do operador do ponto de carga (CPO’s).

Quiteiro destacou ainda a velocidade exponencial de crescimento da eletromobilidade no Brasil – tendência que deve se manter nos próximos anos. Já Daniel Carvalho, CEO da DCC Energy, mostrou o crescimento do mercado nos últimos anos, com destaque para o Nordeste brasileiro, que cresceu 9,4 vezes entre 2022 e 2024 – abrindo oportunidades em setores como o de infraestrutura de carregamento.

Já Rafael Souza, diretor da Eletricarr, relacionou o crescimento de vendas de veículos e de pontos de recarga. Ele enfatizou que a ampliação dos pontos de recarga estimula a aquisição de veículos por parte dos consumidores – algo que acontece não apenas nas capitais, mas também em cidades de médio porte. O executivo ressaltou a oportunidade para a geração solar, que pode se beneficiar desse aumento fornecendo energia para pontos de recarga.

Grid Zero e minicursos

O evento teve também a palestra aberta ao público “Grid Zero e Sistemas de Proteção”, conduzida por Vinícius Ayrão, engenheiro eletricista da Sinergia Consultoria. Além das discussões, os minicursos tiveram um público cativo.

As capacitações trataram sobre: “Modelos de negócios de manutenção em MicroFV”, com Vinicius Ayrão; “Sistemas Inteligentes para Transição Energética”, ministrado por Camila Gehrke e Flávio da Silva; e “Gestão de Demanda para Condomínios”, conduzido por Rafael Cunha e João Cunha.

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Foto de Mateus Badra
Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.

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