Os investimentos em energia solar mais do que duplicaram no ano passado em todo o mundo na comparação com o mesmo período de 2022, enquanto que os aportes na fabricação de baterias registraram uma elevação da ordem de 60%.
Os dados fazem parte do Advancing Clean Technology Manufacturing – o novo relatório da IEA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês), publicado nesta segunda-feira (06).
A pesquisa também pontuou que os investimentos na produção de cinco tecnologias de energia limpa (solar, eólica, baterias, eletrolisadores e bombas de calor) acumulou mais de US$ 200 bilhões no ano passado.
Tratou-se de um aumento de mais de 70% em relação a 2022, representando pouco mais de 4% do crescimento mundial do PIB (Produto Interno Bruto).
Para Fatih Birol, diretor executivo da AIE, a produção recorde de plantas fotovoltaicas e de baterias está impulsionando não só a transição energética, como fazendo as empresas expandirem suas fábricas para aumentarem a produção de mais produtos.
O executivo destacou ainda que, pelos cálculos da IEA, cerca de 40% dos investimentos na produção de energia limpa no ano passado foram em instalações que deverão entrar em funcionamento em 2024 e que, no caso das baterias, essa percentagem sobe para 70%.
“Embora ainda seja necessário um maior investimento para algumas tecnologias, a direção da viagem é clara. Os decisores políticos têm uma enorme oportunidade de conceber estratégias industriais com transições para energias limpas no seu núcleo”, afirmou ele.
Produção e preço por regiões
De acordo com o relatório da IEA, a produção de energias renováveis ainda é dominada por algumas regiões, como a China – que abriga, atualmente, mais de 80% da capacidade global de fabricação de módulos fotovoltaicos.
No entanto, o estudo pontua que o fabrico de células de bateria poderá tornar-se menos concentrado geograficamente até ao final desta década se todos os projetos anunciados forem concretizados.
Um exemplo citado no estudo são os casos da Europa e dos Estados Unidos, que podendo atingir, cada um, cerca de 15% da capacidade instalada global até o fim de 2030.
Em termos de preços, a China continua a ser o produtor com os custos mais baixos de todas as tecnologias de energia limpa. As instalações de produção de baterias, energia eólica e solar são normalmente 20% a 30% mais caras para construir na Índia do que na China, e 70% a 130% mais caras nos Estados Unidos e na Europa.
“No entanto, estima-se que a grande maioria dos custos totais de produção destas tecnologias (70% a 98%) provém de custos operacionais, que incluem fatores de produção como energia, mão-de-obra e materiais – o que implica que as disparidades nos custos de produção observadas hoje não são imutáveis e podem ser influenciado pela política”, finaliza o relatório.
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