O setor varejista e de serviços brasileiro tem investido cada vez mais recursos em projetos de eficiência energética, com o objetivo de buscar alternativas para reduzir as despesas com a conta de luz e também ajudar o meio ambiente.
É o caso de empresas como a Lojas Cem, que, no começo desta semana, divulgou, nas redes sociais, que está instalando painéis solares em todas as suas lojas.
A Magazine Luiza também não ficou de fora. Em julho do ano passado, a empresa já havia fechado um acordo com a GreenYellow para instalação de energia solar em 214 de suas 1,1 mil lojas. A parceria contou com investimentos da ordem de R$ 18 milhões.
Pouco tempo depois, em fevereiro deste ano, foi a vez da Lojas Americanas anunciar a inauguração de duas novas usinas de geração solar. Com entrega prevista para julho, o grupo visa ampliar para 30% a parcela da energia oriunda de fontes renováveis.
A energia produzida pelas plantas será distribuída para cerca de 70 lojas físicas da rede, em Pernambuco e no Distrito Federal. Atualmente, a companhia conta com quatro usinas próprias, sendo três hidrelétricas e uma de biogás, estrutura com a qual abastece cerca de 150 unidades.
Outro segmento que também vem se movimentando são as grandes redes de supermercado e de atacado. O grupo Assaí Atacadista, por exemplo, estabeleceu, neste ano, a redução de 30% de suas emissões de carbono até o final de 2025. Para isso, trabalha para migrar 100% de seu parque de lojas de 2020 (184 unidades) para o mercado livre de energia até dezembro deste ano, a partir do aporte em fontes como a eólica, solar e biomassa.
Benefícios
Segundo dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), o comercial – que engloba o de varejo e de serviços – ocupa, atualmente, a segunda posição no ranking entre as classes de consumo, sendo responsável por quase 73 mil sistemas instalados no país (15% do total) e mais de 2 GW da potência instalada (36,7%), ficando atrás somente do mercado residencial.
De acordo com Alexandre Borin, gerente da unidade solar da Fronius do Brasil, com a energia fotovoltaica, um lojista brasileiro consegue gerar eletricidade suficiente para manter o seu sistema de refrigeração por 24 horas, além de iluminação, climatização e movimentação de fornos e outros equipamentos, a um custo de 80% a 95% menor do que a eletricidade convencional, dependendo do tamanho da instalação.
O executivo destacou também que, tendo em vista a vida útil do sistema, estimada em 20 anos, um investimento com retorno em apenas um quarto desse período já é mais que excelente para qualquer negócio, “especialmente para o varejo, que normalmente trabalha com margens baixas devido à alta competitividade”, ressaltou.