Planejar a expansão e a operação do sistema elétrico brasileiro sem considerar os impactos das mudanças climáticas pode sair caro — e colocar em risco a segurança energética do país.
Essa é a principal conclusão do estudo “Impactos das Mudanças Climáticas no Planejamento da Geração de Energia Elétrica”, divulgado nesta semana pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética).
O trabalho mostra que a inclusão de cenários climáticos no planejamento estratégico do setor elétrico nacional pode reduzir custos operacionais em até 13% e evitar distorções que comprometem o equilíbrio do sistema.
O relatório indica que o aquecimento global tende a alterar o regime de chuvas, afetando a disponibilidade de recursos hídricos: as projeções apontam para uma redução das vazões nos subsistemas Sudeste, Norte e Nordeste — onde se concentram os principais reservatórios do país, o que pode dificultar a gestão integrada da água no Brasil.
Além disso, o estudo prevê elevação na demanda elétrica de 3% a 6% nos meses mais quentes, devido ao maior uso de equipamentos de refrigeração, justamente quando a oferta hídrica tende a ser mais limitada.
“Considerar diferentes cenários climáticos no planejamento energético é essencial para um país com alta participação de fontes renováveis, como o Brasil. Incorporar essas variáveis contribui para reduzir custos operacionais e lidar de forma mais precisa com as incertezas associadas à disponibilidade de recursos”, avalia a EPE.
O estudo está disponível aqui.
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