A Neoenergia, subsidiária brasileira da espanhola Iberdrola, com atuação nos segmentos de distribuição, geração, transmissão e comercialização de energia, realizou a primeira operação de financiamento no âmbito do Programa Eco Invest.
A companhia captou R$ 1 bilhão por meio da emissão de debêntures verdes. Os recursos serão destinados às distribuidoras Neoenergia Coelba, na Bahia, e Neoenergia Elektro, que atua em São Paulo e no Mato Grosso do Sul. O Bradesco foi o coordenador da operação.
O Eco Invest é um programa do governo federal voltado ao financiamento da transição energética, com foco na atração de capital privado, especialmente internacional, para iniciativas alinhadas à agenda climática e à descarbonização da economia brasileira.
Na prática, o programa funciona como um instrumento de mitigação de riscos e alavancagem financeira, por meio de mecanismos como garantias. Para as empresas que buscam financiamento através do Eco Invest, um dos principais benefícios é a redução do custo de capital.
Segundo a Neoenergia, os recursos serão aplicados na modernização das redes elétricas nas áreas de concessão das distribuidoras, incluindo a implantação de tecnologias de smart grids, a renovação de subestações e da fiação, além do aterramento de linhas elétricas atualmente expostas a riscos climáticos.
O enterramento das redes é uma medida que contribui para reduzir os impactos de eventos climáticos extremos, como o ocorrido em São Paulo na última quarta-feira (10), quando ventos próximos de 100 km/h derrubaram árvores sobre a rede elétrica da Enel SP.
Na ocasião, cerca de 2,2 milhões de imóveis ficaram sem energia. Cinco dias depois, a concessionária informou a normalização do fornecimento.
Investimento vai aumentar a eficiência
De acordo com a Neoenergia, os investimentos devem elevar a eficiência da rede, reduzir perdas técnicas e contribuir para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa, em linha com os critérios do Programa Eco Invest. As debêntures têm prazo de dez anos, com pagamento de juros semestrais aos investidores.
“Essa captação reconhece a solidez do nosso plano de investimentos, voltado à modernização, digitalização e à resiliência da rede. Os recursos financiarão projetos que aumentam a confiabilidade do sistema e reduzem as emissões de GEE, um dos pilares centrais da nossa estratégia de sustentabilidade”, afirma Eduardo Capelastegui, CEO da Neoenergia.
Para Caio Andrade Cesar, head de ESG do Bradesco BBI, alinhar a captação ao Programa Eco Invest trouxe ganhos financeiros. “Além dos benefícios para a estratégia de captação de recursos, a operação reforça o compromisso do banco em direcionar capital para projetos que impulsionam a transição climática e geram impactos socioambientais positivos, considerando os requisitos do programa”, afirmou.
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