A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) publicou, nesta terça-feira (04), a NBR 17193:2025 – Segurança contra incêndios em instalações fotovoltaicas — Requisitos e especificações de projetos — Uso em edificações.
A norma técnica estabelece a obrigatoriedade do AFCI (sistema de interrupção para falha de arco elétrico) e da FDR (função de desligamento rápido) em edificações, suas envoltórias e áreas de riscos associadas, qualquer que seja seu uso (residencial, comercial, industrial, seja público ou privado).
Outra novidade introduzida pelo texto é que os painéis solares não podem ser instalados de modo contínuo nas coberturas, devendo ser intercalados afastamentos de no mínimo 2 m a cada 16 m lineares, ou ser intercalado por barreira resistente ao fogo, classificada como EI-60 ou EW-60, conforme a ABNT NBR 16945, que se eleve no mínimo 1 m acima do plano superior da instalação da usina.
Processo de criação da norma
O projeto foi desenvolvido em apenas um ano, entre janeiro e dezembro de 2023, no âmbito do CB-024 da ABNT, o Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio, com base em um relatório técnico da IEC e outras normas nacionais e internacionais.
A iniciativa surgiu a partir de uma solicitação do Conaci – Comitê Nacional de Combate a Incêndio, em resposta à preocupação dos corpos de bombeiros estaduais sobre o fato de sistemas fotovoltaicos instalados em telhados continuarem gerando energia, mesmo com as chaves de entrada de corrente alternada desligadas.
Importância e impactos no setor
Para o engenheiro João Souza, responsável técnico da Ecori Energia Solar e atual secretário da comissão de estudo que elaborou o texto da norma, a publicação representa um avanço significativo na segurança das instalações fotovoltaicas no Brasil. “A NBR 17193:2025 é um passo importante para garantir a segurança de bombeiros e consumidores, tanto em relação a choques elétricos quanto a incêndios”, afirmou.
Ele destacou que o documento já está em vigor e deve ser seguido em novas instalações. “Essa norma servirá de referência para que todas as corporações de bombeiros do Brasil possam atualizar suas regulamentações ou, em estados que ainda não possuem normas específicas, utilizá-la como base para novas diretrizes.”
Souza também revelou que já está em andamento a elaboração de uma nova norma voltada para grandes usinas solares de solo. “Esta que foi publicada se aplica a instalações em (ou dentro de) edificações. Agora, estamos trabalhando em um texto similar, mas específico para usinas de solo, que também demandam regulamentações de segurança”, explicou.
Lições das enchentes no Rio Grande do Sul
Além da regulamentação, o engenheiro citou um exemplo prático da importância da nova exigência da função de desligamento rápido. Ele lembrou das recentes enchentes no Rio Grande do Sul, quando diversas instalações fotovoltaicas permaneceram energizadas mesmo submersas, representando um risco para profissionais e equipes de resgate.
“Houve fabricantes e distribuidores que precisaram tomar muito cuidado no descomissionamento e desmontagem dos sistemas. Mesmo submersos, os módulos poderiam continuar energizados se estivessem recebendo luz, o que poderia causar acidentes. Com a função de desligamento rápido, esse tipo de situação seria evitado. Esse foi um problema real debatido pelo mercado e que agora tem uma norma que ajuda a mitigar esse risco”, concluiu.
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Respostas de 5
Como fica o inversor comprado sem o AFCI e que ainda não foi instalado. Tem que judicializar para não jogar fora o equipamento? O Brasil muda as regras a cada instante. É o que se chama instabilidade jurídica em que as regras mudam ao sabor do vento prejudicando que comprou o equipamento sem o AFCI e agora tem que instalar. Prejudica as empresas e o clientes que compraram os equipamentos sem o AFCI. Um prato cheio para as concessionarias que não tem interesse em instalar energia solar. Uma Pena.
Esse novo texto da NBR 17193:2025 de fato trará um avanço importante na segurança dos profissionais que lidam com essas instalações, mas trouxe também um desafio enorme para adequação e atendimento à essa exigência nos projetos que utilizam sistemas Strings, pois esses dispositivos que trarão mais segurança, se implementados, deverão estar sob os módulos e sobre o telhado, o que só seria praticamente possível, exceto com os sistemas MLPEs. O ideal seria que esses componentes de seccionamentos e proteções CC já viessem agregados nos próprios módulos fotovoltaicos.
Bom Dia.
So espero que isso não seja mais um impositivo de custos,
financeiros ou excessivamente tecnico, e de limitações por telhados,demais coberturas de um Brasil e o resto do Mundo,que não sonhava que essa dádiva um dia viria a acontecer,e graças a Deus,
em dimensões continentais,em especial,no nosso Brasil,hoje no Grupo dos 10 maiores geradores eólicos e em especial,fv solares do Globo,
e olha que,Poderosos “comprados” não faltaram,pra atrapalhar esta extraordinária novação, oriunda do astro Rei,Sol,o qual graças a Deus não há como tampa lo,além de autor da vida na Terra,que até 2050 torna se o maior gerador de Energia, e limpa do Globo,
é olha que siquer,começamos com o extraordinário sistema termo solar/csp com armazenamento no Brasil,com 4 tipos de sistemas de geração, sendo os mais utilizados,Calha cilindro parabólico e Torre com milhares de helioestatos a volta,com tanques de armazenamento de vapor a no mínimo 500 graus de temperatura,com uso de sal fundido,acontecendo desta dádiva,gerar energia solar Dia e Noite.
Va ao Gogle,e busque Parque Solar Cerro Dominador,Chile.
E olha que temos a fonte de geração Maremotris,acordando!!
Enfim,o ser humano dá, a maior bola dentro da história, no Planeta Terra que já se inicia,projetos de geração FV solar no Espaço.
É mole ou que mais??
Opa… e o GEE ,gases de efeito estufa,caindo sua emissão, de forma extraordinária na Terra,
salvaguarda da pujança da Vida,na mesma,que comemora,todos os dias,o milagre da existência humana,e em especial o resguardo,das futuras gerações.
Abraços,
Emerson,
MT.
Proíbam os inversores string por favor.
O pessoal que teve o maravilhoso cuidado em nao colocar prazo, só pode viver na Disney de pensar que isso não terá um impacto brutal nos integradores. Até parece que o cliente final vai sim deixar de pegar os orçamentos mais baratos com esses inversores strings sem o rds.
Muito obrigado aos senhores por mais essa pá de cal em cima do nosso setor.
Boa sorte ecori.
Na prática, sabemos da dificuldade de implantação, mas o que nos tranquiliza é o fato de termos geração mas em nível muito baixo de tensão e no sistema CC. Não percebo muito risco.
Mas é sempre importante as Normas e Regulamentações… para grandes plantas.