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O que esperar do mercado de GC solar neste segundo semestre?

Eduardo Tobias, sócio-diretor da Watt Capital, destrinchou quais desafios devem vir pela frente até o fim do ano

Autor: 17 de julho de 2023Mercado
3 minutos de leitura
O que esperar do mercado de GC solar neste segundo semestre?

Usinas FV de geração centralizada acumulam quase 10 GW de potência operacional no Brasil. Foto: ANEEL/Divulgação

O mercado brasileiro de energia solar centralizada adicionou cerca de 2,2 GW de potência operacional no primeiro semestre de 2023, mostram dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

O número representa um crescimento recorde do segmento no período e cerca de quatro vezes maior do que na comparação com o mesmo período do ano passado, quando aproximadamente 0,5 GW entraram em operação.

Atualmente, as usinas de grande porte solar acumulam 9,63 GW desde o início da expansão da fonte no Brasil. Em junho do ano passado, o volume de potência operacional era de 5,09 GW, segundo a Agência.

Apesar do começo de ano histórico, Eduardo Tobias, sócio-diretor da Watt Capital, destaca que a assinatura de novos contratos de longo prazo de venda de energia elétrica e, consequentemente, a contratação de novas obras tem desacelerado desde meados do ano passado.

“Essa desaceleração tem impactado bastante toda a cadeia produtiva da geração centralizada, tanto da indústria fotovoltaica quanto da eólica. No caso da fotovoltaica, o impacto à cadeia produtiva é um pouco menor devido à ainda acelerada expansão da geração distribuída”, explica.

A principal razão desta desaceleração seria por conta da queda nos preços de energia de longo prazo, da ordem de 45% só nos últimos 12 meses, segundo dados da Dcide.

“Além disso, as altas taxas de juros e o ainda elevado valor do Capex, se comparado com valores pré-Covid, também oneram a competitividade de novos projetos”, disse ele.

Queda na taxa de juros

Apesar da desaceleração do setor, Tobias pontua que as taxas de juros de longo prazo começaram a cair no segundo trimestre deste ano, com a inflação arrefecendo e a taxa de câmbio voltando a ficar abaixo de R$ 5.

“No caso específico da fotovoltaica, o Capex em moeda estrangeira também tem caído bastante desde o início deste ano. Esses fatores favorecerem a competitividade da fonte fotovoltaica e sua competitividade relativa versus a fonte eólica. Contudo, infelizmente, tal ganho de competitividade nem de longe compensa a enorme queda dos preços de energia elétrica”, destaca ele.

Eduardo Tobias, em palestra realizada durante o Canal Conecta. Foto: Canal Solar

Portanto, para este segundo semestre, o profissional acredita em um cenário desafiador para a viabilização de novos projetos. “Nesse contexto, levam vantagem projetos de expansão de usinas existentes, fotovoltaicos e eólicos, e projetos fotovoltaicos associados a usinas eólicas operacionais que obtiveram outorga de autorização com desconto na TUST”, comentou.

Tobias destaca ainda que também enxerga uma oportunidade de viabilização de novos projetos nos leilões regulados de energia nova do segundo semestre, ainda que os volumes de contratação sejam pequenos e o risco de crédito das contrapartes seja imprevisível.

“Por fim, destacamos a expectativa do setor quanto ao leilão de reserva de capacidade originalmente previsto para novembro. Acreditamos que projetos fotovoltaicos com baterias podem ser mais competitivos que termelétricas a combustível fóssil, a depender dos requisitos de potência a serem estabelecidos no edital”, conclui o sócio-diretor da Watt Capital.

Henrique Hein

Henrique Hein

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter do Jornal Correio Popular e da Rádio Trianon. Acompanha o setor elétrico brasileiro pelo Canal Solar desde fevereiro de 2021, possuindo experiência na mediação de lives e na produção de reportagens e conteúdos audiovisuais.

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